Fonte: Mundo Rubro Negro
Toda Nação que habita esse gigante planeta Terra, tem alguma religião que predomina em seu território. Cristianismo, Islã, Budismo, Hinduísmo estão espalhados pelo mundo. E com a Nação Rubro Negra não é diferente, nossa religião é o Flamengo e também temos os nossos Deuses. E um deles completou 60 anos nesse 26 de abril.
E no dia 26/04/1955, nascia lá em São José do Rio Pardo, interior de São Paulo, Antônio José Rondinelli Tobias. Em 1968 chegou na Gávea e deu início a sua carreira no Flamengo nas categorias de base. Em 1971 subiu para o time profissional e durante dois anos brigou por posição na defesa do Flamengo, até fincar os dois pés no time titular e começar a trilhar seu caminho para entrar pra história do clube mais querido do Brasil.
Zagueiro aguerrido, incansável. A expressão “bola perdida” pra ele não existia! Não havia lance que não pudesse ser evitado. Prova disso foi num Fla x Flu, quando Rondinelli cortou com a cabeça a “patada atômica” de Rivelino, lance que preocupou até mesmo o jogador adversário que temeu pela integridade física do nosso “Deus da Raça”
Mas o lance que estará para sempre imortalizado e que faz parte de um dos mais lindos capítulos da história rubro negra, foi escrito em 1978. O Flamengo não conquistava o campeonato carioca há 3 anos, e estava ficando na fila por mais um já que o empate daria ao Vasco o título do torneio daquele ano. Mas aos 42 minutos do segunto tempo, o Fla descia pro ataque e Tita abria o jogo para Júnior na esquerda, o lateral fez o cruzamento e Marco Antônio cortou o lance para o Vasco. Escanteio pro Mengo. Na cobrança feita por Zico, a bola subiu caprichosamente enquanto Rondinelli veio correndo desde a entrada da grande área: o zagueiro sobe até o terceiro andar e testa no canto direito de Leão. 1 x 0 Flamengo e o título de 1978 era nosso. Naquele 3 de dezembro de 1978 entrava pra história o gol do “Deus da Raça”.
Com o Manto Sagrado, 11 títulos. 406 jogos e 12 gols. A taça mais importante foi a do Brasileiro de 1980, onde Rondinelli mais uma vez mostrou toda sua gana e vontade de vencer. Numa dividida com Éder do Atlético Mineiro, no primeiro jogo da decisão, uma fratura no maxilar o fez sair do jogo, impedindo-o de disputar o último jogo do campeonato daquele ano. Mesmo de longe, Rondinelli enviou um bilhete aos companheiros, lido por Cláudio Coutinho na preleção para o jogo decisivo. “Companheiros, estou bem. Vamos pras cabeças”, esse foi o recado do nosso eterno zagueiro aos companheiros, que naquele dia venceram por 3 x 2, conquistando o primeiro título brasileiro do Flamengo.
“Quando comecei a jogar pelo Flamengo, aprendi logo que quem veste essa camisa tem de mostrar Garra e amor à torcida, não importa a qualidade de seu futebol. Caso contrário, é melhor ir embora”.
Obrigado, Rondinelli. Que sua garra sirva de exemplo para todas as gerações do Flamengo. Afinal, vivemos de raça, amor e paixão.