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Você teria toda razão em discordar caso se referisse a Roberto Marinho e a linha editorial da Globo quando ela trata de assuntos meramente eleitorais. Mas uma emissora de televisão não é só isso. Sua programação inclui programas de entrevistas, novelas, documentários etc. Aliás, o citado empresário dizia que votava em Collor, enquanto seus funcionários votavam em Lula. A esse respeito te pergunto: você sabe quem é Franklin Martins? Esse senhor era comentarista político da rede Globo de Televisão e exerceu esse cargo por mais ou menos 10 anos, além de ter trabalhado para a mesma empresa em épocas diversas. Ao sair da referida emissora foi trabalhar no governo Lula, na secretaria de comunicação Social, onde sua opinião sempre era ouvida e tida como a oficial do governo. Você diria que ele se converteu ao esquerdismo, talvez com o interesse meramente profissional, mas não ideológico. Afinal, como tendo sido adepto do PT conseguiu trabalhar durante 10 longos anos na Emissora DIREITISTA (maíusculo apenas para chamar a atenção, para salientar, explico por que minha filha me ensinou que escrever assim significa gritar, mas não é meu caso), além de outras passagens eventuais pelo jornal O Globo etc.?

Mas não é só. Você já assitiu o programa Globo Rural? Lá você vai ver exposto apoio maciço à reforma agrária, ao MST, às leis ambientais, ao regime de economia familiar e ao combate do chamado trabalho escravo, na sua definição mais ampla possível. Se essa postura é de uma emissora direitista, eu já não entendo mais os conceitos.

Você teve a oportunidade de asistir (nem sei se existe mais) as aulas de história do telecurso segundo grau? Pois é. Mais não direi a respeito de tal programa, pois sei que você é inteligente e já entendeu. Assista, caso possa, o programa da Globo da Bahia que prepara (ou preparava, já não sei) os alunos para o vestibular, Lá você iria ou irá ver defendida toda a versão esquerdista da história e da geografia. Que emissora direitista permitiria tal propaganda ideológica?

Atualmente, inclusive, ainda a respeito das novelas, soube que está sendo reprisada a intitulada Rei do Gado. Na época em que estreou eu ainda assistia esses folhetins. Me corrija se estou errado: não foi ela quem defendeu o MST e a reforma agrária? Nós sabemos a resposta. Pra resumir, me indique uma novela, apenas uma, que defenda a perspectiva liberal, que tenha posto um fazendeiro, dono de fábrica ou grande comerciante, na condição de mocinhos, lutando contra os sindicalistas desonestos. Você não encontrará um único exemplo eu te garanto (e olha que deixei de assistir novelas há um bom tempo). Só para lembrar, você conheceu Dias Gomes? Ele, se não me engano, era do PCB. Mas encerremos as novelas. Passemos às séries e seriados.

Passemos aos documentários. Além daqueles que são inócuos do ponto de vista ideológico, todos os outros ostentaram um viés esquerdista. Nunca assiti um que negasse o aquecimento global, que o Brasil não era vítima dos EUA, que contestasse a reforma agrária, que mostrasse a verdadeira lavagem cerebral que as escolas do MST produzem na cabeça das crianças etc.

Agora vou encerrar meu caro irmão rubro-negro. Já abusei do seu tempo, caso tenha realmente lido tudo que escrevi. Ainda teria muito para exemplificar a respeito do tema, não pense que o esgotei, mas o que já expus me parece suficiente para que você entenda, ainda que não concorde, que minha afirmação não se baseia numa alucinação. É fato que, às vezes, a postura contrária à esquerda do dono da emissora interferiu em algumas notícias, ou na ausência delas (a luta pelas diretas é um exemplo, embora não fosse monopólio da esquerda tal pleito), concordo. Mas a essência da Globo está distante e muito duma linha, digamos, de direita. Por fim, quero te lembrar que o fato da Globo ter mostrado as manifestações contrárias ao governo da Presidente Dilma, isso em nada depõe contra o que defendi. Ou, por acaso, você acha que aquele evento (envolvendo algo entre 1 milhão e meio a 2 milhões de manifestantes em variados pontos do país) poderia ser ignorado pela Globo? A própria Record, emissora claramente governista, mostrou muito mais que a Globo as tais manifestações. E é isso que eu gostaria que você observasse: há uma diferença entre a linha ideológica de um órgão qualquer de jornalismo e seu alinhamento partidário eventual. Por isso a Globo tentou esconder a luta pelas diretas, mas, jamais, fez um documentário que criticasse, por exemplo, a demarcação das terras indígenas e dos chamados quilombolas. Mas é isso. Saudações rubro-negras.

Caro Sérgio, ainda que o Estado patrocine outros clubes, gostaria de ver o Mengo fora disso. Mas, independente de tal entendimento, sou contra qualquer propaganda de governo, mesmo nos limites que a CF impõe. Compreendo que o governo, sem necessidade de auxílio de órgãos de publicidade, possa emitir anúncios de interesse público imprescindíveis, como, por exemplo, alertar os pais acerca do período de vacinação contra a paralisia. Mas só. Quanto à rede globo, a qual também não assisto por conta do seu esquerdismo, pior é ver o governo patrocinando a entidade terrorista do MST e congêneres.