Fonte: Linha de Fundo
É difícil entender o que se passa no Flamengo. Depois de duas vitórias sem grandes atuações, mas com raça dos jogadores, o time entrou em campo com o Maracanã lotado e sem o mínimo de vergonha na cara. Apesar do enorme esforço da torcida e do recorde de público no Brasileiro, o rubro-negro está longe de ser metade do que a Nação merece.
A expulsão ridícula de Jonas na partida passada e a grave lesão de Paulo Victor nos treinamentos já deram os primeiros sinais de que as coisas seriam mais difíceis do que pareciam. Apesar da animação com a estreia de Sheik e das campanhas para que o torcedor fosse ao jogo, o Flamengo ainda tinha que consertar os setores que sofrem mais problemas para, ao menos, tentar fazer alguém feliz.
Se o elenco rubro-negro atual tem – ou deveria ter – uma arma, essa é a velocidade. Na teoria, Everton, Gabriel e Canteros podem armar jogadas rápidas e tentar surpreender o adversário, mas na prática isso pouco é colocado em campo. Como jogava fora de casa e tendo um elenco claramente superior, o Atlético logo entendeu o pensamento do Flamengo e soube fazer tudo no momento certo.
Não foi difícil deixar o time da Gávea distante do gol. Com muitos cruzamentos errados, passes ruins, chutes de fora da área sem direção e finalizações de dar dó, a última coisa que o mandante fez foi assustar. Diferentemente do Atlético Mineiro, que aproveitou os erros para marcar e vencer sem problemas.
Os erros cruciais foram ainda no primeiro tempo. O time visitante parecia à vontade e abusava da confusão flamenguista. Com variações do esquema tático, os mineiros foram extremamente inteligentes e souberam confundir o adversário de forma rápida e eficiente. Aos 22’ Dátolo recebeu sozinho, passou mal para o meio da área e Samir, completamente destrambelhado, mandou para dentro do próprio gol. Aos 40’ Lucas Pratto ficou completamente sozinho na entrada da área e marcou um golaço, sem chance para César. Mesmo com a vantagem, o único time que chegou perto de fazer mais gols foi o Atlético.
A segunda etapa foi da mesma forma. Apesar de ter tido alguma melhora principalmente com Alan Patrick entrando no lugar do péssimo Pará, os milhares de erros do Flamengo continuaram acontecendo. O problema foi que as falhas do tempo anterior foram ignoradas e continuavam sendo cometidas.
Para mim, os verdadeiros culpados da grande bagunça que vimos principalmente hoje em campo são os jogadores. De todos os responsáveis, Cristóvão está longe de ter a maior parcela de influência nos resultados ruins. Jogadores que já nos salvaram tantas vezes parecem crianças jogando bola pela primeira vez. Caras que, na teoria, são competentes não conseguem nem acertar um cruzamento simples. O que esperar de um time assim?
Quando é que o Flamengo vai aprender que o elenco do Brasileiro deve estar pronto e organizado desde a primeira rodada e não apenas na décima sétima quando as coisas estiverem próximas do caos? Será que é tão difícil separar quem ajuda de quem não faz absolutamente nada para contribuir? Chega de palhaçada, chega de brincadeira.
Por último, parabéns a Nação Rubro Negra, que, apesar do time ridículo e das vaias desnecessárias de alguns, mostrou mais uma vez que está junto até o fim. Parabéns pelo apoio incondicional e pelo show de hoje.
Mariana Sá
Vaias desnecessárias?