Fonte: Falando de Flamengo
Não sou um dos caras mais pacientes do mundo e menos ainda um dos mais otimistas, mas é impressionante como tudo isso se inverte quando o assunto é Flamengo. Qualquer sintoma mínimo de melhora, ou ao menos um esboço de reação, inocentemente me deixo levar pela atmosfera e acredito que as coisas sempre estão para ficar mais favoráveis em breve.
Depois das duas vitórias seguidas que conseguimos enfim conquistar, realmente achei que as coisas poderiam estar mudando, porém, pela frente teríamos dois confrontos um pouco esclarecedores sobre tudo que está acontecendo. O primeiro deles foi contra o Atlético-MG, que atualmente está na segunda posição do campeonato, e perdemos por dois a zero em pleno Maracanã.
Na ocasião (vulgo semana passada) não consegui escrever o pós-jogo, mas aproveitando pra comentar rapidamente, não achei que o resultado refletiu muito bem a partida. Resumindo o que achei, um gol contra e um chute certeiro definiram o placar. Não vi tanta superioridade assim por parte do time mineiro.
Esse panorama me levou a crer, com base naquele otimismo estranho que comentei no início, que na segunda partida “esclarecedora”, que seria o clássico de ontem contra o Vasco, poderíamos ter um final melhor. O que aconteceu foi que não tivemos nem início, nem meio e muito menos um fim mais interessante. Foi tudo extremamente ruim.
Não lembro de ter visto um primeiro tempo tão horroroso do Flamengo nesse ano. Anderson Pico terrível, meio-campo novamente sem qualquer tipo de criatividade (que está virando marca registrada desse elenco) e apenas com esses poucos exemplos, até o desfecho da primeira etapa tivemos um gol do Vasco, incontáveis erros de passe e apenas uma finalização do Flamengo.
Nem sei exatamente se os fatos citados são realmente exemplos ou foi tudo que aconteceu mesmo. O segundo tempo começou bastante parecido, ocasionando a potencialização da minha rara perda de paciência rubro-negra com o time. Até que um pouco depois o Flamengo ensaiou uma melhora de leve e com um pouco mais de calma e uma mínima organização poderia ter arrancado o empate, ainda mais que o frequentador de série B do outro lado também não estava jogando absolutamente nada. Mas a falta de criatividade falou mais alto, e no fim fomos responsáveis por ressuscitar o Vice que até então não tinha vencido absolutamente ninguém no Brasileirão.
Assim como a falta de criatividade está virando marca registrada desse elenco, outro elemento recorrente é a espera pela adversidade para acordar pro jogo. Por que sempre esperar levar o gol para resolver pressionar? Se o Flamengo tivesse feito durante a maior parte da partida o que fez próximo ao final, muito provavelmente a situação agora seria outra.
Uma possível resposta para essa pergunta, ou pelos menos uma tentativa disso, está nas substituições. Cirino e Alan Patrick entraram bem na partida, principalmente o Alan. Pra mim, seria o caso de na quarta-feira deixar os dois no time titular.
Pro nosso bem (ou não…), da mesma forma que passamos por duas rodadas complicadas, temos pela frente agora duas partidas que, em tese, são mais tranquilas. Na quarta vamos enfrentar o Joinville, atual lanterna, e depois o Figueirense, que é o primeiro fora da zona de rebaixamento.
Esse “ou não” acima entre parênteses tem como propósito o alerta de que mesmo sendo jogos que são definitivamente para ganharmos, por se tratarem de infelizes confrontos diretos, em caso de tropeço é caos. E do jeito que a coisa está, o mais difícil é admitir que não seria nenhuma surpresa.