Fonte: ESPN
Clássico carioca no Maracanã, em São Januário ou até mesmo no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, não é mais uma certeza no Campeonato Brasileiro. Com as inaugurações das arenas da Copa do Mundo de 2014, os embates entre os grandes clubes do Rio ganharam caráter itinerante. Desde 2013 foram disputados 20 clássicos cariocas na Série A. Deste total, sete deles, ou 35%, ocorreram longe do estado.
Dos sete clássicos, apenas um, entre Vasco e Fluminense, em 2013, não foi realizado em uma das arenas da Copa. Mas, sim, na Ressacada, em Florianópolis. Os outros foram espalhados por Mané Garrincha, em Brasília, Arena Pernambuco, Arena da Amazônia e Arena Pantanal, em Cuiabá. O confronto entre Vasco e Flamengo, no domingo, neste último estádio, foi o terceiro Clássico dos Milhões longe do Rio de Janeiro nas últimas três edições do Brasileiro. O confronto entre os rivais na Arena da Amazônia, em Manaus, pelo torneio Super Series, em janeiro deste ano, não é considerado nesta lista.
As razões para o deslocamento variam desde rachas com o Consórcio Maracanã e suas taxas salgadas até ofertas financeiramente sedutoras. Em dificuldade financeira em 2014, o Botafogo levou o clássico com o Flamengo pelo segundo turno do Brasileiro para Manaus. Teria lucrado cerca de R$ 800 mil. O Vasco, mandante do clássico neste domingo, contra o Flamengo, teria recebido em torno de R$ 700 mil. Bolso cheio. Principalmente para os organizadores.
Atrativos para o público, os sete clássicos cariocas longe do Rio de Janeiro somaram em bilheteria cerca de R$ 14,2 milhões. E 195.247 torcedores pagaram para assistir às rivalidades entre Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco. Todos disputaram pelo menos um clássico longe do Rio de Janeiro. Nem por isso, no entanto, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro lamenta.
Mesmo longe de suas tradicionais praças, como o Maracanã, os clássicos do Rio continuam a render lucros para a entidade, com a obrigatoriedade de 10% da renda bruta de cada partida. A famosa taxa Ferj já chegou ao patamar de R$ 1,4 milhão nos sete jogos itinerantes. No Brasileiro, o futebol carioca rema contra as outras rivalidades regionais, que permanecem em casa. E seus clássicos, agora, são produtos tipo exportação.