Léo Moura viveu, morreu e renasceu no Flamengo, construindo uma carreira na lateral direita do time durante todo esse processo. O jogador possui marcas incríveis pelo clube, como os mais de 500 jogos disputados, deixando para trás o estigma de jogador andarilho. Pouca gente imaginava que ele firmasse sua carreira num clube, como fez no Flamengo. Na Gávea, conquistou um Brasileiro, duas Copas do Brasil, além de cinco estaduais.
Certamente, figura entre os mais importantes atletas de sua posição na história do Fla. Um ícone como ele é difícil de ser construído e torna-se atemporal para toda uma geração. Mas, ao contrário da construção de sua imagem como ídolo, limites causados pela idade ocorrem a qualquer jogador. E, aos 36 anos, Léo Moura vem apresentando sinais de que os deles se aproximam.
Sabendo disso, o Flamengo mostrou-se receoso em renovar com o camisa número 2 por toda a temporada. O lateral teve o contrato prorrogado até o final do Campeonato Carioca, quando completará 10 anos no clube, e depois não permanecerá na Gávea, seja se transferindo para outro time ou encerrando a carreira. Terá a chance de escrever um último capítulo pelo rubro-negro e fechar sua história com o Fla de maneira honrosa.
Não há muito o que reclamar por nenhum dos lados. Encerrar a passagem de Léo pelo Fla em um desacordo entre a instituição e o jogador seria um erro. Nos termos em que ele desejava, porém, um contrato até o final do ano, poderia ser danoso ao clube. Flamengo e Léo Moura se deram a chance de ajudar um ao outro uma vez mais.
Um grande clube não se define só por títulos, torcida ou a importância na história de um esporte. Um grande clube também é aquele que sabe conduzir as relações com seus profissionais e preservar seus ídolos, mesmo quando estes se apresentam em evidente decadência. Mas preservar a imagem de Léo Moura neste momento não significa necessariamente prorrogar seu vínculo até o fim de 2015.
Em processo de desgaste com a torcida e o clube, o Léo Moura que vê a idade chegar terá a oportunidade de se despedir do Flamengo levantando uma taça. Seja assim ou eliminado, é o fim de um ciclo. E o começo da perpetuação de um ídolo.
Fonte: ESPN F.C.