Fonte: Deixou Chegar
Muito criticado ao longo das últimas semanas, Cristóvão Borges tomou a coletiva na véspera da partida contra o Santos para se defender. “Cabrito bom não berra”, para dizer que o tempo mostraria o quanto estava correto ao defender uma escalação com três volantes.
Não acho que a tática no futebol atual permita esse maniqueísmo entre dois volantes e três volantes, dois zagueiros ou três zagueiros, como se a posição de origem dos jogadores escalados fosse tão definitiva para a postura coletiva de uma equipe.
Depois do empate contra o Santos e de novas críticas a Cristóvão, usei este espaço para defender o treinador, pela evolução demonstrada pela equipe durante o primeiro tempo. Aquele bom futebol se repetiu na primeira etapa contra a Ponte Preta.
Bom futebol, marcação acertada, passes trocados entre meio-campo e ataque e oportunidades criadas com a posse de bola. Foi a tônica do primeiro tempo rubro-negro, que, por pouco, não resultou numa vitória parcial do Fla.
O mesmo treinador que, uma semana atrás, disse que “só se faz substituição para corrigir algo”, mexeu no time que vinha bem. Sabotou o meio-campo da equipe com a entrada de Luiz Antônio no lugar de Alan Patrick, com o objetivo de “marcar melhor a Ponte Preta”.
A Macaca não tinha nada a ver com os erros do técnico Rubro-Negro, aproveitou uma bola parada (será que o time não tem tempo para treinar melhor isso?) e ganhou o jogo. Há como apontar para um time que não pôde fazer valer as oportunidades criadas. Há também como dizer que o gol da Ponte saiu de bola parada e o adversário criou pouquíssimo. Mas é difícil manter o otimismo quando a evolução do time é sabotada ao longo das partidas. Fica difícil te defender assim, Cristóvão.
Em tempo, eu sei que muitos gostariam de ver Cristóvão fora no momento (apesar de não ser exatamente meu caso), mas quem está de partida mesmo sou eu. Por questões profissionais, terei de deixar este espaço. Agradeço aos leitores, críticos e demais que acompanharam meu trabalho por aqui. Agradeço também ao editor, Fabio Chiorino, e ao companheiro de Deixou Chegar, Filipe Quintans, que me abriram as portas. Foi uma experiência incrível.