Longe de mim querer julgar ou pré-julgar qualquer pessoa pelo que faz. Estou fora dessa vibe de apontar o dedo, falando o que é certo ou errado, caracterizando e adjetivando a opinião contrária em forma de deboche ou levando suspeitas inacreditáveis sobre o motivo da opinião contrária. Ou você não sabia que nem todo mundo que defende a austeridade aplicada no Flamengo de hoje é “comprado” pela diretoria do Flamengo?
Defendo a austeridade aplicada pela atual diretoria do Flamengo porque acredito que só um clube saneado financeiramente pode trazer os craques que quero vestindo o Manto Sagrado. Só um clube com grana, com dinheiro entrando sem ser penhorado e sem jogador, ex-jogador, irmão de jogador fazendo cobrança via imprensa ou entrando em loja oficial para pegar produto para amenizar a dívida, pode ter craques jogando no time. Aliás, falido também pode, mas aí vai ter que pagar o dobro por isso, como o Flamengo vem fazendo e penando para honrar o seus compromissos.
Ontem, a segunda-feira á noite, que é quando o conselho diretor se reúne para traçar o destino do Flamengo, teve mais um protesto na Gávea. Óbvio que quem estava lá não me representa. Óbvio que o Flamengo não é só torcida organizada. Óbvio que o protesto deles não deve passar em vão. Não deve passar em vão porque, tirando as ofensas pessoais, com músicas/cantos/paródias que beiram ao ridículo, o pedido por jogadores e ingressos mais acessíveis são urgentes. E necessários.
Não espero que o Flamengo de hoje possa trazer jogador de Copa do Mundo. Assim como não acredito que a diretoria do Flamengo abaixará o preço dos ingressos, a não ser que o time precise muito da torcida. Aí, como sempre, a torcida carregará o time nas costas. O grande desafio desse pessoal é entender que o Flamengo não pode se acostumar com públicos de 10/15 mil pessoas. Por que, se acostumar, a culpa vai ser deles, que afasta o torcedor do estádio com preço de ingresso que não atrai torcedor. Não concordo, mas entendo a política de ingresso que o Flamengo hoje pratica. É uma escolha, assim como foi a escolha de pagar R$ 160 milhões em impostos em vez de encher o time com jogadores caros e valorizados.
A grande pergunta que fica, já que a diretoria do Flamengo não vai ceder ao que ela tomou como missão e por isso que ela está lá, é: pra que o protesto? Será que o torcedor comum precisa ir para a porta da Gávea, gritar palavra de ordem, debochar/xingar/”homenagear” presidente e vices-presidentes para ser ouvido?
Por muito mais, não vi essa coisa de protesto, de pichação de muro, de xingamento em estádio. E olha que acompanho o Flamengo desde inicio da década de 90, religiosamente, todos os dias. Já vi pai de santo cobrar presidente do Flamengo por cheque sem fundo depois de ter feito uma “fézinha” para Flamengo se livrar de fase ruim. Já vi irmão de jogador que não recebia salário fazer Flamengo passar vergonha em loja oficial do clube. Cadê o protesto?
Deixa eu te fazer outra pergunta: quando sai uma notícia que o Flamengo é o time que mais paga imposto no Brasil, que o Flamengo ganha premio de clube mais transparente do país, você se orgulha?
O time do Flamengo precisa de reforços. Precisa melhorar a política dos ingressos. Precisa pagar as contas. Precisa respirar para não fechar. Precisa continuar a ser gigante.
E aí, torcedor, pra que você protesta? Se você comentar e dizer que acredita que, com o protesto, os caras vão mudar de direção e de ideal quero entender o porque você acredita. Agora, se você acredita, como eu, que não há pressão de torcida que faça eles mudarem a direção, eu te pergunto, de novo: pra que se protesta?
Saudações Rubro-Negras!
Fonte: Primeiro Penta