Assistente técnico e cria da base rubro-negra falam como se conheceram no Flamengo
A amizade não escolhe endereço, idade ou pontos de vista. Ela se apega a sentimentos que brotam com a convivência e o companheirismo. Por vezes, uma situação inusitada faz com que pessoas se aproximem; por outras, afinidades assumem este papel; ou, objetivos em comum. Luiz Antônio e Jayme de Almeida encaixam no terceiro exemplo.
Em 2004, Jayme era Coordenador das Divisões de Base do clube. Com sua experiência, ajudava e acompanhava o desenvolvimento das jovens promessas. Naquele ano, entre tantos meninos, conheceu um que o chamou a atenção. O atual auxiliar técnico de Oswaldo de Oliveira enxergou qualidades em um atleta da categoria mirim chamado Luiz Antônio. A partir dali, passou a orientá-lo, conversar sobre diferentes assuntos e, claro, conhecê-lo melhor. Sem perceber, iniciou-se uma amizade que perdura até hoje, norteada pelo respeito mútuo. Embora os desencontros por conta do futebol, o tempo se encarregou de costurar caprichosamente o destino deles, juntos.
“Após sair, trabalhar em outros lugares, voltei em 2011 com o Vanderlei Luxemburgo. Uma das coisas que ele me pediu foi acompanhar os juniores. E o Luiz Antônio era um dos titulares, estava muito bem e foi um dos que indiquei para subir. Foi promovido, começou jogando bem. Naquela vitória histórica por 5 a 4 sobre o Santos ele fez uma partida fantástica. Depois adquiriu confiança e se desenvolveu bem”, lembrou Jayme.
Em 2013, mais uma vez os dois tiveram grandes momento juntos. No segundo semestre, Jayme assumiu a beira do campo e Luiz Antônio virou titular. Não apenas isso. O volante fez partidas muito boas e ganhou o prêmio de melhor jogador da final da Copa do Brasil, conquistada pelo Flamengo. O objetivo em comum estava sendo cumprido: levar o Mais Querido às conquistas.
Luiz Antônio: ‘como se fosse meu pai’
No dia a dia, é comum vê-los brincando antes dos treinos. Apesar dos momentos de descontração, há também os de seriedade. Quando precisa, o jogador escuta o que Jayme tem a dizer. Afinal, por conta destes conselhos que Luiz Antônio nunca desistiu de correr atrás das oportunidades e acreditar em seu potencial.
“Ele tem carinho, respeito e confiança em mim. Sempre acreditou no que eu falei e eu sempre dei muita força para ele. Acredito muito no futebol do Luiz. É uma afinidade de pai, talvez. Ele me ouve muito porque confia no que eu falo. Este ano, quando retornei, conversamos bastante e mostrei que ele pode recuperar o espaço dele, por meio de muito trabalho, pois tem muito potencial para jogar e ser titular no Flamengo. Nunca esquecer que as oportunidades aparecem. É um menino bom de lidar. É bom conversar com ele”, elogiou Jayme.
“O Jayme é uma das pessoas mais importantes da minha carreira. Ele me ajudou a subir para o profissional. Eu tenho um carinho muito grande e especial por ele, pela história que tem no clube e pela experiência e confiança que me passa. Me orienta como devo jogar e diz como é o Flamengo. Ele sabe do meu potencial e acredita muito em mim. Temos uma amizade muito bacana. Os jogadores falam que é como se fosse o meu pai. E é verdade. Eu o respeito muito e procuro escutá-lo bastante”, disse Luiz Antônio.
Na vitória sobre o Cruzeiro, na última quinta-feira (10.09), o camisa 15 acertou um belo chute e marcou o segundo gol do rubro-negro. Rodeado pelos companheiros, caiu no chão em lágrimas. Os mais de 40 mil presentes ficarem felizes, mas, um em especial, compartilhou e entendeu melhor do que ninguém o sentimento daquele que acabara de marcar um golaço.
“Fiquei feliz, pois o conheço desde pequeno. Eu o vi pequenininho (risos). Tenho um carinho especial. Fazer um gol daquele, bonito, do jeito que foi, com o Maracanã daquela forma, deixa a gente emocionado e feliz. Está tentando recuperar o caminho dele e a gente está aqui para ajudar. Temos essa obrigação, não só nas partes tática e técnica, mas também com a experiência, contando algumas histórias. Eu já vi muita coisa no futebol”, disse Jayme.
Fonte: Site oficial