Arthur Muhlenberg: “O Flamengo não nasceu pra navegar por águas calmas.”

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Postado em: 4 de mar de 2013.

Nada de panos quentes. A derrota na semifinal é de difícil digestão. Nenhum rubro-negro gosta de perder, a estatística comprova que quem gosta de perder torce preferencialmente pro Foguinho, pro Flor ou pro Vice. Estamos putos e cheios de razões para isso. Mas somos forçados a admitir que uma derrota nesse momento tem maior potencial educacional e pedagógico do que teria outra vitória jogando mal sobre um freguês tradicional.
É certo que perdemos a chance de ganhar mais uma Taça Guanabara, que não é artigo de primeira necessidade, mas ganhamos todos nós. Os torcedores ganharam um fim de semana com a família e economizaram 80 reais, e os jogadores e comissão técnica ganharam mais uma semana de treinamento e, espera-se, severos castigos físicos muito merecidos.
Mas o grande ganho que se pode extrair do resultado negativo é que com ela sepulta-se, pelo menos temporariamente, o oba-oba que já vinha toldando a capacidade de julgamento de muitos rubro-negros empolgados pela sequência de bons e enganosos resultados no carioqueta. Nada como um choque de realidade para acabar com a palhaçada e com a idolatria injustificada. E, por favor, mantenham a compostura. Sem comentários chorosos sobre a atuação desastrosa do atrapalhado juizinho.
Reconheça-se que o Foguinho jogou seu jogo e soube, exatamente como nós há uma semana, explorar a vantagem do gol feito no primeiro minuto. É uma péssima política colocar a culpa da derrota em fatores externos, mas é evidente que as escritas, os tabus, a perigosa vantagem do empate e a ansiedade provocada pela data festiva pesaram demais pro time apenas regular do Flamengo. Que essa derrota sirva pra nos ensinar alguma coisa.
Talvez não haja coisa pior para um time em formação do que o dever de sustentar invencibilidades e escritas territoriais para as quais o bom futebol praticado pouco contribuiu. A partir de agora o time do Flamengo está oficialmente liberado de qualquer influência positiva que ainda poderia se atribuir ao infeliz time de 2012. A tábua está zerada, pronta pra ser preenchida com aquilo que esse time conquistar, sem heranças ou legados discutíveis.
Bola pra frente porque a vida continua e logo adiante temos Copa do Brasil e Taça Rio. Competições onde o Flamengo terá, finalmente, a obrigação de mostrar serviço. Agora sim podemos esperar por evolução de verdade. O Flamengo não nasceu pra navegar serenamente por águas calmas. Que bom que a ressaca chegou.
Fonte: Urublog

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