Postado em: 01 de mar de 2013.
Com pouco mais de dois meses na direção do departamento de futebol do Flamengo, Paulo Pelaipe começa a entender a importância de comandar o principal departamento do clube de maior torcida do Brasil. E para não falhar em seus primeiros passos no Rio de Janeiro, o executivo gaúcho escolheu um conselheiro de peso para orientá-lo: o ídolo rubro-negro Zico.
Em conversa com a reportagem, o dirigente fez um balanço do início de seu trabalho, revelou as conversas com o ídolo rubro-negro e mostrou um lado “zen” até então desconhecido, fugindo de polêmicas e evitando falar de problemas do passado.
“Acredito que estamos cumprindo o que estabelecemos, mas a fase de classificação da Taça Guanabara é apenas uma pequena parte do que pretendemos. Em pouco mais de dois meses, acho que o grande trabalho foi fora de campo. Estabelecemos uma data para quitar as dívidas antigas com os jogadores e cumprimos isso até antes do previsto. Com isso, temos um grupo feliz e motivado”, ressaltou Pelaipe, antes de explicar a relação de Zico no trabalho.
“Ele colabora mais de longe. Já nos falamos algumas vezes desde que comecei a trabalhar no Flamengo. O Zico é um cara sensacional, fora de série, e que está sempre disposto a nos ajudar. Nestes últimos dias, evitei perturbá-lo até por conta do aniversário [próximo domingo, dia 3], mas voltaremos a nos falar em breve”, disse o cartola.
O assunto das conversas, porém, Paulo Pelaipe evita comentar. “Trocamos muitas ideias. Ele é sempre muito solícito, me atende, ou até me liga, dá conselhos e orienta bastante. É um cara que conhece bem o clube e ajuda muito. Mas não posso falar exatamente o teor da conversa. Isso é segredo, coisa interna, não podemos falar para vocês [imprensa]”, brincou.
Pouco conhecido no Rio de Janeiro, Pelaipe só era lembrado entre os cariocas pela confusão envolvendo uma acusação de racismo no final de 2012, durante partida do Grêmio, seu ex-clube, no Engenhão. O lado polêmico, porém, é deixado para trás pelo cartola.
“Isso ganhou uma proporção muito grande sem necessidade. Não sou assim. Houve uma confusão com um funcionário do estádio por uma expressão que usei. Acontece que lá em Porto Alegre a palavra é muito usada, e aqui tem outro sentido. Sou um cara bem tranquilo, apesar de muitas coisas que falam”, argumentou Pelaipe.
E mesmo tentando mostrar um lado mais tranquilo, o diretor repete insistentemente que não abre mão da hierarquia no ambiente de trabalho. “Trato a todos bem, mas tenho que me impor. Gosto de me fazer presente e estabelecer algumas coisas. É preciso que se respeite uma hierarquia no departamento, e eu peço que respeitem isso. Mas não tem nada de grosseria ou algo do gênero. Sou muito tranquilo e bastante amigo dos atletas. Converso com cada um, oriento, procuro ajudar. E os jogadores reconhecem isso”, amenizou o diretor executivo.
Lazer e religião fora de pauta
Enquanto no trabalho tudo ocorre conforme o planejado, fora do Flamengo Paulo Pelaipe ainda não conseguiu fazer algumas coisas que gostaria no Rio de Janeiro. Ocupado praticamente 24 horas por dia com o rubro-negro, o cartola lamenta não conseguir curtir as opções de lazer da cidade e, principalmente, frequentar as missas de domingo.
“O máximo de lazer que tenho é sair para jantar. Não consigo fazer nada além disso. E outra coisa que sinto muita falta é minha missa aos domingos. Sempre fui, mas está complicado aqui no Rio. Vou esperar minha mulher chegar [em março] para resolver esse problema. Preciso voltar à igreja”, frisou.
Com a retomada da rotina religiosa em breve, Paulo Pelaipe espera que o trabalho seja abençoado com a conquista de um título. “Futebol é resultado. Precisamos, sim, de um título. O Flamengo é um time enorme, e precisamos retribuir o apoio e carinho dos mais de 40 milhões de torcedores. Um clube precisa disso para sobreviver”, alertou.
Fonte: Extra Globo
O que vocês acharam Nação? Comentem sem precisar de cadastro (Nome/URL ou Anônimo)!