Marcar mais de 200 gols não é para qualquer jogador. Contudo, tão expressiva marca também não traz a certeza de destaque ao jogador. Craque das categorias de base do Flamengo entre 2005 e 2007, o centroavante Kayke foi uma das muitas promessas surgidas na Gávea que acabaram não vingando.
Sem espaço na equipe de cima, que à época de sua profissionalização contava com nomes como Diego Tardelli, Obina e Souza, Kayke se desvinculou do Flamengo em 2010 e rumou para o futebol europeu. Após rodar por Suécia e Noruega, o jogador desembarcou na Dinamarca no ano seguinte para defender o Aalborg.
Ali, em duas temporadas, Kayke pouco entrou em campo, mas viu a equipe conseguir sua classificação para a Liga Europa do ano que vem. Apesar do bom momento, o atleta não quer emplacar o terceiro ano vivendo na gelada Aalborg.
Estou lá praticamente há dois anos e meio. Esse ano o time pegou a última vaga para a Liga Europa, mas devo mudar de clube. Acredito que alguma coisa para fora do país, ou até mesmo voltar para o Brasil”, afirmou o atacante, que marcou apenas seis gols pelo clube dinamarquês.
E se o Brasil é uma opção, o Flamengo, clube de coração que o próprio Kayke confessa acompanhar até hoje, tem espaço garantido em sua lista de possibilidades. Mesmo sem ter recebido qualquer tipo de contato, o centroavante pensa em retornar para o time que lhe formou.
“Com tudo que já vivi ali, sei como funcionam as coisas, então seria mais fácil voltar ao Flamengo. Meu futebol não é o mesmo de quando subi ao profissional, com 18 anos. Eu não diria não ao Flamengo”, comentou Kayke.
A hipotética volta, aliás, teria um gosto especial para o atacante, que teve pouquíssimas oportunidades nos profissionais. Naquela época, alguns atos de indisciplina chegaram a ser ventilados como causa para as barrações. Sem tocar no assunto, Kayke contou não guardar mágoas dos tempos em que amargou o banco de reservas do Flamengo.
“Eu já pensei muito nisso quando era mais novo. Via jogadores sem tanta qualidade técnica, que não fizeram o que eu fiz na base, tendo oportunidades que eu não tive. Mas hoje eu acho que não era mesmo o meu momento no Flamengo”, disse, que teve companheiros de ataque da base, como Bruno Mezenga e Paulo Sérgio recebendo mais chances e permanecendo por mais tempo na Gávea.
Momento atual traz mais oportunidades aos jogadores da base
De olho nas últimas atuações da equipe, Kayke também comentou sobre a participação de novas revelações da base rubro-negra. Para o artilheiro, a situação enfrentada por jogadores como Rafinha e Rodolfo, titulares em muitos jogos do Flamengo na temporada, é bastante diversa da encontrada por ele há cinco anos.
Antes convivendo com atletas de renome como Roger Flores, Fábio Luciano e Kléberson e encarando dura concorrência no ataque, Kayke teve poucas oportunidades, algo visto como bom e ruim ao mesmo tempo por ele.
“Na minha época, tinham muitos jogadores experientes no time. Eu joguei com o Roger, Fabio Luciano, Ibson. Hoje os meninos da base estão tendo mais chances. Por um lado é muito bom, mas por outro é ruim pelo momento do clube. Mas acredito quem tem qualidade consegue se sobressair mesmo na dificuldade”, pontuou.
Com currículo curto no profissional do Flamengo e com a oportunidade de disputar a segunda maior competição de clubes da Europa, Kayke sonha mesmo é em deixar para trás os erros do passado e ganhar uma nova chance de provar seu valor no Brasil.
Fonte: Ei