A queda de braço entre Flamengo e o “Consórcio Maracanã” promete adiar o reencontro da torcida rubro-negra com o estádio. O clube esnobou a primeira oferta de acordo do novo gestor — que prevê apenas a cessão da receita do jogo, ignorando ganhos com camarote, estacionamento e shopping — e mantém a postura de não ser refém do Maracanã.
O Flamengo, então, decidiu mobilizar uma verdadeira tropa de choque para renegociar as condições impostas. O presidente Eduardo Bandeira de Mello passou a bola para os vice-presidentes Luiz Eduardo Baptista, Carlos Langoni, Rodrigo Tostes e Wallim Vasconcellos, que admitem outras saídas.
O clube já tem em mãos duas propostas superiores de arenas pelo Brasil. Uma delas de Brasília, palco da estreia contra o Santos. O jogo contra o Coritiba, dia 6 de julho, após a Copa das Confederações, não será no Maracanã, e não há pressa para o retorno sem um acordo melhor.
Internamente, diz-se que o consórcio quer “ficar com o filé e o Flamengo com o osso”. Segundo estimativa, o custo do camarote com o Flamengo jogando no estádio pularia de R$ 100 mil para R$ 500 mil.
A proposta inicial do consórcio inibiria preços mais populares nas cadeiras. Com receita vultuosas dos camarotes, as entradas cairiam de valor em sua maioria.
Acordo publicado
O acordo de concessão do Maracanã foi publicado ontem no Diário Oficial do Estado do Rio. O contrato já foi assinado pelo governo estadual e pelo Consórcio Maracanã, vencedor da licitação, formado pelas empresas Odebrecht Participações e Investimentos S.A. (90%), IMX Venues e Arena S.A., empresa de Eike Batista (5%), e AEG Administração de Estádios do Brasil Ltda. (5%).
A concessão, no entanto, ainda depende do cumprimento de uma exigência do edital: o Consórcio Maracanã precisa fazer parceria com, no mínimo, dois clubes cariocas para garantir a utilização do estádio em pelo menos 60 partidas por ano. Se não apresentar os contratos com os clubes em 90 dias, a contar a partir de ontem, o consórcio poderá perder a concessão.
O grupo vencedor da licitação vai administrar o Maracanã por 35 anos e pagará ao governo 34 parcelas anuais de R$ 5,5 milhões. Mas o prazo de concessão só começa a contar depois da apresentação da parceria com os clubes. Os candidatos naturais a entrar na concessão do Maracanã como parceiros do consórcio são Flamengo e Fluminense, mas nenhum acordo foi oficializado.
Fonte: Extra Globo