A foto é emblemática. Fazia tempo que o Flamengo não via uma geração tão boa e tão promissora desfilar pelos gramados. Porém, passados mais de dois anos da conquista da Taça São Paulo de Futebol Júnior, pode-se dizer que nenhuma das promessas vingou.
Diante disso, algumas perguntas ficam no ar: “mas por que eles não têm chances?”; “será que os treinadores do profissional não sabem lidar com garotos?”; “será que eles são mesmo bons?”. Não há uma resposta certa e cirúrgica para essas indagações, mas é evidente que muito do que acontece com os garotos recém-promovidos está relacionado a todos esses questionamentos.
Hoje em dia, o futebol é visto e tratado como negócio. E dos mais lucrativos. Dessa forma, a garotada que se destaca já sofre o assédio de empresários, ainda nas primeiras categorias das divisões de base. Não é raro vermos notícias esporádicas de meninos de 14 ou 15 anos, ainda na categoria infantil, que surgem como o novo “fenômeno” do futebol brasileiro. Isso, inclusive, aconteceu com o Neymar, que, mais tarde, realmente veio a vingar. Contudo, trata-se de uma exceção.
No Mais Querido isso não é diferente. Devido à sua grandeza e, consequentemente, ao apelo de mídia que gera, os jogadores das divisões de base já crescem com os holofotes virados para si. Há todo um endeusamento de meninos que ainda nem se tornaram homens, na acepção da palavra. Resultado: criam-se garotos mimados, que não sabem lidar com críticas e que, devido à necessidade (técnica e comercial) de subirem muito cedo, acabam chegando aos profissionais ainda sem personalidade e sem a exata noção do que representa jogar no Flamengo.
A falta de aproveitamento de muitos deles passa por esse fato. Mesmo que sejam tidos como potenciais grandes jogadores, é preciso mostrar isso na prática. Entretanto, na maioria das vezes, há uma acomodação por parte dos meninos, os quais, devido à pressão exercida pelos torcedores, acham que irão a campo mais cedo ou mais tarde, sem que, para isso, tenham que suar mais do que os atuais titulares.
Um grande exemplo é a escalação do meia/atacante Paulinho, tanto com o Jorginho como com o Mano Menezes. O jogador não é nenhuma sumidade (longe disso), mas mostra muita vontade e aplicação tática, pois tem nas mãos a chance de sua vida e, por enquanto, tem sabido aproveitá-la.
Por tudo isso, é preciso que os garotos demonstrem mais do que apenas bom futebol, para poderem, de fato, vingar no elenco profissional. Vontade e determinação sempre foram pré-requisitos obrigatórios para a Nação Rubro- Negra e eles, justamente por conhecerem o clube desde pequenos, deveriam demonstrar mais do que os outros. No entanto, isso ainda não acontece.
O futebol (tecnicamente) é muito importante, mas não é tudo. Quando essa molecada colocar na cabeça que é preciso dar um “algo a mais”, com certeza, muitos serão utilizados e o Flamengo terá um grande time, onde a maioria será formada dentro do próprio clube, rememorando os velhos tempos.
SRN,
Gabriel Lima
Gabriel Lima
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