Um conflito financeiro entre as federações de futebol de Brasília (FBF) e do Rio de Janeiro (Ferj) pode impedir a realização da partida entre Flamengo e Coritiba no sábado da semana que vem, às 18h30, no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Em entrevista ao Correio na noite de ontem, o diretor de Competições da Confederação Brasileira de Futebol, Virgílio Elísio, disse que o prazo para o fim do impasse é hoje.
De acordo com o Regulamento Geral das Competições da CBF, a entidade precisa divulgar nesta quarta-feira a sede dos dois jogos com locais “a definir” na tabela da sexta rodada — a primeira depois da pausa para a Copa das Confederações. O outro confronto em aberto na agenda é Botafogo x Fluminense. O clássico também interessava ao DF, mas a diretoria alvinegra desistiu.
Na manhã de ontem, a Ferj encaminhou um documento à federação brasiliense autorizando o Flamengo a receber o Coritiba no Mané Garrincha. No entanto, o texto tem uma exigência. A entidade carioca, presidida por Rubens Lopes, não abre mão de receber 10% da renda bruta do jogo. Além disso, deseja que a partida seja operada pelo quadro móvel do Rio, e não o do Distrito Federal. Os pré-requisitos desagradaram ao presidente da FBF, Jozafá Dantas. O dirigente candango impôs uma nova condição: a entidade exige uma fatia de 5% da bilheteria.
“A CBF está ciente da intenção do Flamengo de jogar em Brasília e é ela quem toma a decisão final. O correto é que as duas federações (Rio e Brasília) entrem em acordo. Se isso não acontecer até amanhã (hoje), o time mandante terá de jogar no Rio, seja em Volta Redonda ou em Macaé”, disse Virgílio Elísio. Caso o jogo seja disputado em Brasília, a qualidade do gramado deve voltar a ser um problema. A estrutura para o show Renato Russo Sinfônico, programado para o sábado, já começou a ser montada no Mané Garrincha.
Exemplo negativo
O possível dinheiro proveniente de Flamengo x Coritiba é considerado fundamental pela FBF. Por Santos x Flamengo, na primeira rodada do Brasileirão, a entidade recebeu R$ 347 mil. Essa soma aliviou o caixa e, assim, a federação dediciu assumir os gastos com arbitragem, ambulância e quadro móvel dos times da segunda divisão do Campeonato Brasiliense deste ano.
Ao contrário do Santos, o Flamengo não quis vender o jogo. O Peixe negociou a partida de 26 de maio, pela primeira rodada do Brasileirão, por R$ 800 mil e perdeu a renda bruta de R$ 6,9 milhões. Depois de criticar a negociação e o valor dos ingressos na capital do país, a cúpula rubro-negra optou por abrir uma empresa para administrar os jogos do time fora do Rio. Foi assim em Juiz de Fora, contra a Ponte Preta, e em Florianópolis, diante do Náutico. Em ambos os casos, o Fla pagou menos de R$ 9 mil para cobrir despesas das entidades estaduais.
Fonte: Super Esportes