Formatado por Carlos Langoni, vice de reestruturação da dívida, o fundo de investimento do Flamengo, nomeado V3 e criado na semana passada, prevê, inicialmente, apenas o repasse de um percentual ao clube a título de taxa de vitrine e não contempla o pagamento do salário dos contratados.
O Rubro-Negro receberá 25% sobre o lucro das negociações que envolverem atletas comprados pelos investidores, que terão gerência apenas dos direitos econômicos. O vínculo trabalhista, por sua vez, será firmado com o Fla, que terá de arcar com 100% dos gastos mensais.
Modelo distinto, por exemplo, do Fluminense. A Unimed Rio, que criou o braço Unimed Participações e é responsável pela aquisição de jogadores para o Tricolor, banca 70% dos salários de todo o elenco.
Nesta semana, estava prevista uma nova reunião entre os idealizadores do V3. O projeto foi apresentado a executivos e, por ora, há 17 potenciais investidores dispostos a comprar a cota mínima estipulada em R$ 300 mil.
O fundo, por enquanto, não nomeou um responsável ou uma equipe para fazer o trabalho de captação. Um dos pré-requisitos já estipulados diz respeito ao perfil dos jogadores, que podem ter no máximo 24 anos.
E o surgimento do V3 acontece no momento em que a política de contratações no clube muda drasticamente em relação ao início do ano.
Depois de priorizar a chegada de jogadores a custo zero ou em término de contrato, o Flamengo, agora, promete buscar nomes mais tarimbados para o segundo semestre.
Nova filosofia que atende também a uma das exigências colocadas por Mano Menezes antes de assinar.
Projeto na plataforma
A criação de um fundo de investimento pelo Flamengo já estava na plataforma da nova diretoria e a intenção era estabelecer este projeto para o segundo semestre. Inicialmente, a prioridade era implementar o sócio-torcedor que já foi lançado pelo clube.
A constituição de um fundo demanda tempo em função dos trâmites burocráticos. Um dos pré-requisitos é a aprovação na Comissão de Valores Imobiliários (CVM). Por isso, os dirigentes acreditavam que a criação do V3 não seria possível logo no primeiro semestre.
Carlos Langoni, vice de reestruturação da dívida, sempre esteve à frente do projeto com Wallim Vasconcellos, vice de futebol.
Botafogo planeja voos maiores
Rival rubro-negro, o Botafogo está acostumado a trabalhar com um fundo de investimentos para contratar jogadores e na onda do sucesso obtido na primeira versão da Companhia de Participações Esportivas (CPE), o clube organiza para o fim deste ano uma nova etapa.
O fundo foi oficializado pelo Botafogo em junho de 2009. Na época, o clube se juntou à MFD (consultora técnica do fundo) e sete cotistas para conseguir o fundo de aproximadamente R$ 5 milhões. Agora, a meta é aumentar o número de cotistas e o valor destas partes para que o capital de R$ 10 milhões seja conseguido pelo Glorioso.
O objetivo do clube é usar o valor de R$ 10 milhões para contratar já na próxima temporada. A companhia costuma priorizar a busca por jogadores de 18 a 23 anos, já que busca o retorno na parte financeira após alguns anos. Elkeson e Jadson foram jogadores vendidos que deram lucros para a CPE.
Outros exemplos no Brasil
Fluminense
Patrocinadora do Fluminense, a Unimed Rio é responsável por pagar 70% do salário de todo o elenco. A empresa, depois, criou um braço, a Unimed Participações, responsável pela compra dos jogadores. Não há um repasse fixo a título de vitrine ao clube. Este valor tem variações.
Santos
A Teisa foi criada inicialmente para ajudar na contratação de jogadores tendo como colaboradores santistas sem estipular um valor fixo. A empresa chegou a se tornar S/A e, recentemente, virou um fundo de investimento com ideias semelhantes às apresentadas pelo V3, o projeto do Flamengo.
Fonte: Lancenet