Globo Esporte faz análise do esquema tático do Flamengo com Mano.

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Mano Menezes vive um caso clássico de cobertor curto no Flamengo. Durante o período de treinos após sua chegada, o técnico começou a armar o time pela defesa, mas buscou diversas opções para montar o meio-campo e o setor ofensivo. E ainda busca. Contra o ASA-AL, abriu mão de Carlos Eduardo e tinha dúvida entre Adryan e Val, em formações bem diferentes. A gripe de Gabriel resolveu a questão, e os dois foram para o jogo. Só que eles não resolveram o problema do Fla.
A verdade é que a ausência de Gabriel abriu espaço para Nixon, e ele, sim, pode ser uma grata surpresa entre os testes feitos por Mano. Após o jogo, o técnico disse que só pediu ao garoto que repetisse o que vem fazendo nos treinos. Uma assistência e um gol falam por si. E Gabriel pode ter muitas dificuldades em voltar para o time titular.
Com Val e Adryan, posicionamento diferente
Para começar o jogo, Adryan substituiu Gabriel de forma direta, aberto nas pontas. Com Val, o meio-campo mudou um pouco de perfil. Mano adiantou Elias para atuar centralizado em um 4-2-3-1 e, assim, coube a Val a saída de bola. Mas não funcionou. Antes de mais nada por causa dos muitos erros de passe. Só no primeiro tempo foram 25, mais do que em todo o jogo contra o Coritiba (23). Depois, porque o ex-volante do Mogi Mirim não tem a qualidade de Elias. Ou seja, Mano tentou resolver mais na frente e acabou se complicando atrás.

Paulinho demorou a encontrar seu espaço em campo com a presença de Adryan e começou a cair pelo meio. A jovem promessa rubro-negra, embora tenha tentado algumas jogadas pelas pontas, em geral também afunilou muito. O esquema precisa de jogadas pelas pontas para funcionar. Depende disso para que o espaço seja aberto no meio e os volantes possam chegar. E o Rubro-Negro foi ao fundo apenas uma vez em todo o jogo, com Adryan.
Nos treinos, Mano Menezes tem sido cuidadoso com os avanços dos laterais, sobretudo pela preocupação em não desgastar muito Leo Moura com a sequência de jogos, e faltaram opções pelos lados, aumentando muito o número de passes errados. O time ficou preso.
Houve lampejos do que Mano idealizou com o esquema que mandou a campo. Quando a jogada foi esticada pela ponta, surgiu o espaço no meio. Em uma delas, Elias achou Adryan na área. Na outra, o camisa 8 recebeu na entrada da área e rolou para Val, fazendo a função de homem surpresa que Elias cumpre normalmente. Só que o volante não deu sequência. Ainda assim é bem pouco, principalmente diante de um adversário que luta para ficar fora da zona de rebaixamento da Série B.
Com Nixon, uma dinâmica diferente
Mano tentou ajustar no intervalo e deu aqueles tradicionais 15 minutos para ver o resultado no segundo tempo, mas logo sacou Val e lançou Nixon. Elias foi recuado e o esquema voltou a parecer bastante o utilizado contra o Coritiba, com três homens mais ofensivos dando suporte a Marcelo Moreno. O garoto ficou lá, aberto na esquerda, e mostrou muita disposição ao brigar pela bola no lance do primeiro gol, anotado pelo boliviano.
O principal a ser destacado no lance é que o Fla fez uma rara inversão de jogada, atacando assim o lado fraco do adversário. A bola chegou a Leo Moura na direita e girou até encontrar Nixon do outro lado na área.
O discurso é de que Carlos Eduardo segue dono da confiança de Mano, mas ele vai precisar jogar. Quando entrou no lugar de Adryan, o time já vencia. O esquema voltou, então, à matriz utilizada no fim de semana em Brasília, com Nixon no lugar de Gabriel. Cadu mais avançado, com menos responsabilidade de marcação, que recaiu sobre Paulinho.
O ASA tentou sair, os espaços apareceram, e Nixon matou o jogo em boa trama com Moreno. Essa formação do Flamengo precisa de espaço para jogar em velocidade. E precisa de bom passe para fazer a engrenagem funcionar. No cobertor curto do meio-campo, Mano pode ter encontrado um início de caminho em busca da solução.

Análises rápidas:
* Mano tem tentado poupar Léo Moura de desgaste excessivo. Antes uma forte arma ofensiva, ele fez apenas oito jogadas pela lateral, nenhuma no fundo e levantou só uma bola na área.
* Com os três volantes, o time perdeu um pouco da organização que havia apresentado no primeiro tempo contra o Coritiba. Pode ser apenas questão de entrosamento, mas a coordenação da subida dos volantes se foi, e Cáceres ficou bem mais preso.
* O time do Flamengo não tem um armador, mas é pouco provável que a solução seja Elias. A saída de bola perde com ele jogando mais avançado, e o ganho ofensivo não é tão grande, porque normalmente ele já vinha aparecendo na área.
Fonte: GE

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