Longe do Maracanã, tradicional palco do “clássico dos milhões”, Flamengo e Vasco se enfrentam no próximo domingo em Brasília, pelo Campeonato Brasileiro. Mas a distância do Rio de Janeiro nem sequer é lamentada pelos rivais. A renda estimada em pelo menos R$ 5 milhões e a garantia mínima de R$ 1 milhão para cada clube são motivos de festejos para quem ainda cambaleia na missão de colocar as finanças em dia.
Rubro-negro e cruzmaltino possuem torcidas representativas na capital federal e este argumento foi utilizado pelas respectivas diretorias para levar os jogos para a capital federal. No entanto, o UOL Esporte apurou que o motivo da realização dos clássicos pelas 7ª e 26ª rodada no estádio Mané Garrincha é exclusivamente econômico.
Precavidos contra um possível fracasso na venda de bilhetes, ambos os clubes não têm com o que se preocupar quanto a arrecadação. Por conta de um acordo previamente estabelecido, Flamengo e Vasco ficarão, no mínimo, com a cota de R$ 1 milhão. A estimativa foi realizada pelos organizadores com base nos públicos recentes do estádio, apelo do jogo e valor dos ingressos.
São quase 70 mil ingressos colocados à venda para o compromisso: cerca de 41 mil lugares para no valor de R$ 100 para o setor superior, 22 mil para o setor inferior por R$ 180, 6 mil VIP’s na quantia de R$ 260, além da exploração de camarotes. A renda será dividida da seguinte forma: 13% pelo aluguel do campo, 10% para a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro e entre 2% e 5% para a Federação de Brasília.
Se todos os ingressos fossem vendidos pelo valor inteiro, a renda chegaria próxima dos R$ 10 milhões. Porém, a estimativa dos organizadores é de que 90% dos bilhetes sejam comercializados no esquema de meia-entrada, o que é comum em Brasília com descontos para estudantes, funcionários públicos e outros. Desta forma, o lucro final está contabilizado em pelo menos R$ 5 milhões de acordo com os responsáveis pela logística da partida.
Ainda existem gastos com segurança e limpeza do estádio. Os clubes devem dividir pouco mais de 70% do valor total da renda, o que pode chegar a R$ 2 milhões para cada ou até ultrapassar dependendo do número de camarotes vendidos. Funcionários do rubro-negro e do cruzmaltino estão na capital federal desde a última quarta-feira realizando a operação para o clássico e não escondem a satisfação com o importante reforço de caixa que está por vir.
“Sabíamos que seria vantajoso trazer o jogo para Brasília. Existem complicações como em qualquer lugar, mas tínhamos a certeza de que conseguiríamos pelo menos R$ 1 milhão com os últimos levantamentos de renda e estimativa de público. Tanto que o clássico pelo segundo turno será aqui novamente. Se o maior estádio para esse jogo no Rio de Janeiro poderia colocar 20 mil espectadores, aqui teremos quase o triplo e com um valor maior pelos ingressos”, explicou o vice-presidente de patrimônio do Vasco, Manuel Barbosa, referindo-se a falta de estádios no Rio.
Com o Engenhão fechado desde o final de março por conta de problemas na estrutura e o Maracanã em meio a um impasse pelo acerto com o Flamengo, São Januário é o único estádio da capital fluminense apto a receber partidas do Campeonato Brasileiro. A casa vascaína, porém, não tem autorização para ser palco de clássicos regionais.
A renda “gorda” não será novidade para o Flamengo em jogos disputados em Brasília. No último sábado, na partida contra o Coritiba na capital federal, o rubro-negro já havia embolsado R$ 1,1 milhão da renda de R$ 2,7 milhões.
E além da negociação isolada para os clássicos contra o Vasco com garantia mínima de R$ 1 milhão, o time da Gávea fechou um pacote de mais cinco jogos no estádio Mané Garrincha, em Brasília. O Flamengo ainda encara Botafogo, Atlético-MG, Portuguesa, São Paulo e Grêmio no local.
Fonte: UOL