A maior torcida do Brasil está de alma lavada.

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A maior torcida do Brasil, título sempre ostentável pelo Flamengo, não merecia as agruras sofridas neste ano. Mas o time merecia. Pífia campanha no campeonato carioca e medo de rebaixamento até a semana passada no Brasileirão foram humilhantes. Resultados de desastradas administrações do clube, já por mim aqui analisadas em escritos anteriores. Neste ano, felizmente, o clube se despertou para a realidade e escolheu gente competente para soerguê-lo. Quem sucedeu a Patrícia Amorim tem largo descortino para administração financeira. Elementos ideais, pelos seus vínculos afetivos e históricos com o clube e pela credibilidade junto aos torcedores, como é o caso de Zico, entram com a sua colaboração para a estruturação que o mais querido estava de há muito a exigir e a reclamar. A colheita dos frutos de alguns meses para cá começou a aparecer. Verdade é que falta muito ainda para a realização dos sonhos rubro-negros. Daí um dos aspectos importantes da conquista de anteontem. A euforia imensa, constitutiva talvez do mais belo espetáculo de que o novo Maracanã, em termos de competição clubística, poderia ser palco neste ano, talvez possa representar a rota de grandeza a seguir daqui para frente.
A festa dos quase 70 mil rubro-negros presentes no Maracanã, compartilhada naturalmente pelas 3 ou 4 dezenas de milhões de flamenguistas em todo o Brasil, foi emocionante demais, bonita demais, principalmente porque as emissoras de televisão dedicaram a ela longo espaço após o término do jogo com o Atlético Paranaense. A prolongada exibição da vibração contagiante do maravilhoso público, foi de lavar a alma rubro-negra. E provou que o Flamengo tem de estar no topo, merece a reiteração constante daqueles grandes momentos em que os seus capitães erguem os grandes troféus, como o que foi erguido por Leonardo Moura.
Interessante: um técnico de seleção brasileira, de notável história no Grêmio Porto-Alegrense e no Corinthians, por decisão própria, sob a alegação de que os jogadores não assimilavam as suas orientações, deixou o Flamengo, arcando ele próprio, o treinador, com o ônus de uma multa de R$ 800 mil. O que faz o Flamengo diante disto? Substitui Mano Menezes por um humilde ex-jogador do clube (filho de um dos maiores craques rubro-negros de todos os tempos, seu homônimo) e o modesto Jaime de Almeida Filho. Organiza o time à sua maneira, faz algumas alterações na escalação, dialoga com os craques que ele conhece bem e coloca o Flamengo na trilha de resultados positivos. Com isto o clube melhora seu desempenho no campeonato brasileiro, a ponto de lhe dar a posição de quarta melhor campanha no returno. Na Copa do Brasil, em que com Mano Menezes obtivera histórica vitória sobre o Cruzeiro, eliminando-o da competição, os triunfos rubro-negros são notáveis: supera adversários que estão entre os cinco primeiros do Brasileirão – Goiás, Botafogo, Atlético Paranaense, além, como já contado, do Cruzeiro (tempo de Mano). Também sob o comando de Jaime de Almeida ocorreram vitórias sobre o Fluminense e Corinthians. De forma que mesmo sem estar no topo o Flamengo triunfou sobre Vasco, Botafogo, Fluminense, São Paulo, Santos, Corinthians, Cruzeiro, Atlético Mineiro e Internacional, durante a trajetória de 2013.
É de se lembrar que outro humilde ex-jogador do clube, o excelente volante Andrade (campeão do mundo em 81 ou 82) foi o treinador do Flamengo na conquista do Campeonato Brasileiro de 2009, e injustamente demitido no ano seguinte, quando a deficiência não foi dele e sim causada pela perda dos principais craques do elenco. Por falar em treinador vale lembrar as faces negativas de Wanderlei Luxemburgo: perdeu o sonhado título de campeão centenário a cuja conquista o Flamengo se devotou em 1995; fracassou como técnico da Seleção Brasileira; foi um fracasso total também no Real Madrid, no qual ficou por apenas 3 meses; decepcionou no Atlético Mineiro, no Paraná, Grêmio Porto-Alegrense e no Fluminense. Parece ter havido já o ocaso de Luxemburgo.
Agora que 2013 termina com épico triunfo do Flamengo, o que a maior torcida do Brasil espera é uma continuidade da reformulação rubro-negra, no objetivo de colocar o Flamengo entre os clubes de melhor estrutura e por conseguinte de maiores glórias do futebol brasileiro. Glórias que se coloquem ao lado dos muitos tricampeonatos estaduais, de um hexacampeonato nacional e de um campeonato mundial, que se ostentam na galeria do mais queridos do Brasil.
Fonte: DM – Eurico Barbosa
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