Se o Fluminense não ganhar o Fla-Flu, o clima nas Laranjeiras vai ficar sujeito a chuvas, trovoadas e… demissões. Em situação delicada na tabela e com o treinador sabendo de antemão que se dependesse apenas da vontade do presidente a sua cabeça já teria rolado, o tricolor não tem alternativa: é vencer ou vencer, como rezava o bordão de seu “presidente eterno” Francisco Horta.
É uma situação, no mínimo, inesperada para o atual campeão brasileiro, que estreou no torneio com ares de forte candidato ao título. No entanto, o tempo foi passando, jogadores importantes saindo (Welinton Nem, Thiago Neves e Deco) e tudo mudou. A ponto de demitirem Abel (que chegou festejadíssimo e colecionou títulos no ano passado) e contratarem Luxemburgo (que há anos não faz um trabalhado digno de destaque).
Tudo de acordo com a cartilha e a vontade suprema do “Poderoso Celsão”, como é chamado no clube Celso Barros, o presidente da Unimed, patrocinadora e principal fonte de recursos do Flu.
Ameaçado pelo fantasma do rebaixamento, o tricolor pena ainda com o desfalque de Fred, seu ídolo e artilheiro. Mas ainda assim é exagerado se considerar fraco um elenco que tem Diego Cavalieri, Jean, Rafael Sóbis, Wagner, Edinho e Felipe (para ficar apenas nos mais famosos). Time pra escapar da segundona, o Flu tem — ou, em sã consciência, alguém acha Vasco, Ponte e Criciúma mais fortes?
É preciso, entretanto, um mínimo de tranquilidade no grupo, coisa que nem Vanderlei, nem a diretoria parecem estar sendo capazes de garantir.
Por isso e também pelo fato de o Flamengo escalar um time misto logo mais (poupando alguns titulares para a partida contra o Goiás, pela Copa do Brasil), este “clássico eterno” é perigosíssimo para o Flu. Ganhar é obrigação e se perder…
Prudência
Com 41 pontos, e sete rodadas para alcançar os 47 que garantem permanência na primeira divisão, o Flamengo vive situação relativamente tranquila e até o empate, hoje, pode ser considerado um resultado razoável, pois ficariam faltando cinco pontos a serem conquistados em seis rodadas. Já a derrota traz certo risco pois se o rubro-negro for mesmo à final da Copa do Brasil, as duas partidas decisivas, deste torneio muito provavelmente, farão com que Jayme de Almeida volte a usar times “alternativos” no Brasileiro. Portanto, quanto mais cedo o Mais Querido se livrar dessa ameaça, melhor.
Mudança de foco
A decisão de não poupar nenhum titular no jogo de hoje, contra o Botafogo, mostra como o Goiás, após a derrota para o Fla, na Copa do Brasil, passou a acreditar mais na vaga para a Libertadores pelo Brasileirão. Dificilmente, porém, o roliço artilheiro Walter poderá atuar, o que diminui em muito o poderio ofensivo do time. O empate mantém o Glorioso ainda com boa margem (quatro pontos) de segurança no G-4. Se vencer, a equipe de Oswaldo de Oliveira dará um passo gigantesco rumo à Libertadores de 2014, coroando uma stemporada excelente, apesar de todos os (muitos) percalços — fechamento do Engenhão, receitas bloqueadas etc.
Fonte: Blog do Renato Maurício Prado