Pau no c* dos prejudicados.

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Estou avaliando minha vida de Rubro Negra, e no saldo final de tudo que pensei cheguei à conclusão que sou uma imbecil.

Apoiei uma chapa milionária, de pessoas bem sucedidas, que não precisaram desembolsar praticamente NADA, pois tiveram suas campanhas realizadas por sócios revolucionários, blogueiros e torcedores extremamente cansados com o comando Rubro Negro, gerido por bandidos, por amadores, por gente que apequenava o imenso Flamengo.
Nós que apoiamos a chapa dos oprimidos, sim oprimidos pela então situação que de toda forma tentou derrubar a candidatura azul, estamos agora sentados, desamparados, e sendo excluídos desavergonhadamente do direito de aproximação com o Mais Querido. Os valores abusivos dos ingressos e esse suposto pacote de sócio torcedor que será implementado, são apenas uma prévia do que está por vir. Os oprimidos que angariaram sabiamente uma multidão de voluntários dos mais variados níveis sociais, estão agora no poder, chutando pra longe a massa… o gado!
Já dizia Nelson Rodrigues: “Toda unanimidade é burra”. Acho que Nelson Rodrigues era também profeta, e falou isso mandando uma indireta para a “unanimidade azul”. Fomos unanimes quando apoiamos, lutamos e acreditamos em palavras. Quando fizemos aliança por filosofia. A nossa unanimidade foi o fim da discussão. O fim da era amadora. Mas não pensamos: e agora, o que será de nós? Chega de unanimidade. Não concorde, comigo. Apenas reflitam o que motivou vocês, torcedores, a voluntariamente vestirem a camisa e partirem em busca de dias melhores.
Me desculpem, mas dizer que aliança se faz por filosofia é no mínimo subestimar a capacidade do outro de pensar. Nosso apoio está diretamente ligado à nossa paixão pelo clube. E essa paixão pelo clube nos faz querer estar próximo dele, e esse direito principal nos está sendo cerceado. Apresentar um Sócio Torcedor com tais características (falando com base no que vazou na internet) é nada menos que tirar de campo o que o Mengão tem de maior patrimônio: a torcida. Deixaremos de ser – como já pode ser observado nos jogos – a 12ª camisa. Os incentivadores, os maiores motivadores para quem está dentro de campo.
Na minha ótica, falta ao “novo marketing” do Flamengo uma coisa básica: planejamento estratégico. Não basta apenas executar, vender. Antes de mais nada é preciso saber e conhecer o que se está vendendo e para quem. Não seria mais interessante estudar e segmentar o tipo de cliente (torcedores) que temos?
Minha impressão é que as coisas estão saindo de forma atropelada pela busca frenética por resultados. Planejar é preciso. Com uma torcida com 40 milhões de pessoas/consumidores, o mais importante é mirar a elite? Será que o principal nicho a ser trabalhado não deveria ser a massa, e depois trazer algo diferenciado para atender a demanda do segmento com alto poder aquisitivo?
Não é porque o antigo marketing do Flamengo era um lixo inoperante e incompetente, que temos que apoiar incondicionalmente o que nos é apresentado. Permaneço com a premissa de que meu estômago não é brejo e não vou engolir sapos. Pelo visto o “novo marketing” inovou os Ps de Kotler acrescentando o “P” de “Pau no cu dos prejudicados”.
Nestas condições, eu torcedora Marcella de Miranda Mello, estou cada vez mais distante das arquibas. Mas o segurança do meu prédio que é tricolor comparece a TODOS os jogos quando o mando de campo é do time dele, com ingresso de graça, por apenas mais 10 reais na mensalidade dele de sócio do clube. Não era o Fluminense que tinha fama de torcedores da elite?
Só posso afirmar uma coisa: eu estou na fatia dos prejudicados. E vocês?
Unanimidade é o esforço para inibir a criatividade, reprimir a reflexão e enterrar a capacidade crítica.
#NadaImportaSemOFlamengoNoSofáDeCasa
Marcella de Miranda Mello – a excluída

Fonte: Falando de Flamengo
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