Responsável por erro crasso na final do Estadual, que decidiu o título em favor do Flamengo, a arbitragem do Rio de Janeiro é a mais cara do país em Estaduais com um custo de R$ 40 mil em cada uma das decisões. Um levantamento do blog mostra que o valor é bem superior aos pagos pelas outras seis principais federações do Brasil nos regionais.
No domingo, o auxiliar Luis Antônio Muniz de Oliveira deixou de dar um impedimento no gol marcado pelo Flamengo diante do Vasco, aos 45min do segundo tempo. A arbitragem assinalou gol de Nixon, em posição legal, em vez de Márcio Araújo, que estava impedido e de fato chutou a bola. A falha deu a taça ao time rubro-negro.
Pois bem, os borderôs das duas finais mostram que foram repassados R$ 34.188 para a Coopafer (Cooperativa de Árbitros de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) em cada uma das partidas. Com o pagamento do INSS e do imposto de renda, o custo total dos juízes foi de R$ 39.828,82 por jogo.
Para se ter uma ideia, a Federação Paulista de Futebol informou que todos os pagamentos aos seis juízes, incluídos quarto árbitro e adicionais, somam R$ 6.710 no nível mais alto, com integrantes da Fifa. Há um máximo de outros R$ 1.000 gastos com locomoção para partidas em São Paulo. Ou seja, o total sai por volta de R$ 8.000, incluídos INSS e impostos, para jogos como Ituano e Santos, final do campeonato.
“Há muito tempo acabou aquela história de descontar parte da renda. Houve reajuste para este ano. Para mim, ninguém reclama da taxa”, afirmou o chefe de arbitragem de São Paulo, Marcos Marinho.
A Federação Bahiana é a que mais se aproxima do Rio com R$ 26 mil de custo total com arbitragem no boderô da final entre Bahia e Vitória. No Paraná, os árbitros da decisão representaram gastos de R$ 9.500,00. Em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, os jogos finais tiveram custos com juízes em torno de R$ 20 mil cada um.
O blog falou com o presidente da Coopafer para questioná-lo para onde ia o dinheiro da arbitragem. Ouviu várias versões. “Retiradas as taxas, a Federação deposita e repassamos para os árbitros”, explicou, inicialmente, Messias José Pereira, presidente da cooperativa.
Confrontado com o valor de R$ 34 mil pago na final, ele deu nova explicação: “O jogo foi ontem, não sei quanto foi o valor. Mas, se tem R$ 34 mil, esse valor é para árbitro da Série A, Série B, júnior”, justificou. Quando questionado por que houve desconto nas duas finais e nas semifinais, ele voltou a versão inicial de que tudo era repassado aos árbitros.
Então, a ligação caiu ou foi interrompida. Após novo telefonema, a secretária informou que o presidente da Coopafer tinha ido almoçar. Não foi mais possível falar com ele apesar da insistência das ligações.
O presidente da Comissão de Arbitragem da Ferj, Jorge Rabello, foi procurado, mas também não atendeu as ligações do blog. Ele é diretor administrativo da cooperativa de árbitros. Então, foi feito questionamento à assessoria da federação sobre as altas taxas de arbitragem, mas não houve resposta até o final da tarde de segunda-feira.
Somados os quatro jogos decisivos, semifinais e finais, a arbitragem carioca teve um custo total de R$ 123,5 mil. Pelo menos o valor é bem menor do que os R$ 20 milhões de prejuízos que o Vasco estima com a perda do título por conta do erro dos juízes no finzinho do jogo.
Fonte: Blog do Rodrigo Mattos