Enfim, chegou o fim da era Carlos Eduardo com a camisa do Flamengo. Há alguns dias, esse momento seria de profunda alegria para a maioria dos torcedores rubro-negros, mas analisando com cuidado esses quase 18 meses em que Cadu esteve na Gávea, é necessário rever alguns pontos.
No ano passado, Carlos Eduardo foi contratado pelo Flamengo após uma intensa disputa com Fluminense e Santos. A vitória rubro-negra significou um investimento alto, algo em torno de R$ 11 milhões como ficou provado em reportagem recente do Lancenet.
O questionamento acerca do investimento é feito não apenas pelo alto valor, mas principalmente pelo desempenho abaixo. Cadu passou meses lutando contra lesões e a balança, o que o impediu de desempenhar o futebol que todos esperavam.
Nos campeonatos disputados pelo Fla no ano passado, muito se questionou a utilidade que o atleta tinha para o desempenho do time. Hoje, Jayme de Almeida já explicou o quanto a cadência que Carlos Eduardo imprimia em alguns momentos foi essencial para o bom funcionamento do esquema.
Na época, porém, isso era visto como lentidão e, já que o futebol não pode prescindir da velocidade, o Flamengo deveria desistir de Carlos Eduardo. No entanto, o “lentinho” marcou um importante gol do rubro-negro carioca contra o Cruzeiro, no Mineirão, pela Copa do Brasil. A derrota por 2 a 1, aquela altura, deu nova vida ao Fla que, na partida de volta, venceria com o gol salvador de Elias aos 43 minutos do 2º tempo.
Para a história do torneio, porém, Carlos Eduardo não ficou marcado como um dos principais heróis, mas ao menos a torcida reconheceu sua importância e, na partida final contra o Atlético-PR, o aplaudiu de pé.
Em 2014, Carlos Eduardo só esteve presente em sete partidas, perdeu espaços principalmente após a chegada de Elano e Mugni e, após as investigações iniciadas em torno de sua contratação, encerrou o seu ciclo com a camisa 20 da Gávea.
Pelo bem do futebol, espera-se que Carlos Eduardo reencontre o futebol que outrora demonstrou no Grêmio. Contudo, além disso, é preciso que o Flamengo não cometa o mesmo erro no futuro. Não é o quanto foi pago, mas sim pelo que se pagou: inegavelmente Cadu não possuía currículo para receber R$ 500 mil por mês, mas a eterna necessidade de buscar um camisa 10 para a Gávea ajudou a criar essa situação.
Fonte: Lanceativo