A venda de Lucas para o Paris Saint-Germain, da França, tirou do São Paulo um jogador que começava a se tornar ídolo da torcida. Mas os R$ 87,2 milhões arrecadados com a negociação foram determinantes para o Tricolor ultrapassar o Corinthians e assumir o posto de clube com maior receita do futebol brasileiro em 2013, com um total de R$ 364,7 milhões arrecadados contra R$ 316 milhões do rival. O ranking foi elaborado pelo consultor de marketing e gestão esportiva Amir Somoggi, que teve como base o balanço financeiro de 2013 das agremiações. Vasco e Atlético-PR, que não divulgaram o documento, não foram incluídos.
Além do dinheiro da venda de Lucas, o São Paulo também teve um aumento significativo na receita de patrocínio, de R$ 11,1 milhões para R$ 33 milhões. Para Amir Somoggi, no entanto, essa liderança não deve durar muito tempo.
– É provisória, assim como era a do Corinthians em 2012, impulsionada pelas luvas do contrato com a TV, que não se repetiram em 2013. Creio que, se nada de extraordinário acontecer no mercado, o Flamengo deve assumir a liderança no faturamento em 2014 – analisa.
O Flamengo, quarto colocado no total, lidera nas receitas quando são retiradas da soma as vendas de jogadores, com R$ 272,9 milhões. O número aponta um crescimento de 36% em relação a 2012, impulsionado pelo grande número de sócios, pelo aumento na verba recebida pelos patrocinadores e também pelo dinheiro arrecadado na bilheteria, que pulou de R$ 9 milhões para R$ 48 milhões.
– O Flamengo era um gigante adormecido em termos de marketing, e essa gestão foi bem agressiva nesse sentido. Outros que cresceram bastante foram o Cruzeiro e o Atlético-MG, impulsionados pelos títulos do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertadores – explica o consultor.
Em termos percentuais, a dupla mineira apresentou o maior crescimento. O Cruzeiro teve 56% de aumento nas receitas, boa parte relacionada à arrecadação de bilheteria, que subiu de R$ 10,6 milhões para R$ 63,7 milhões. Houve também um crescimento nas verbas de publicidade e entre os sócios. O Atlético-MG apresentou um crescimento de 40%, impulsionado pelos lucros com a venda de jogadores, cujos valores subiram de R$ 11,8 milhões em 2012 para R$ 66,1 milhões, incluindo a ida de Bernard para o Shakhtar Donetsk-UCR.
O aumento na venda de jogadores em relação a 2012 é grande. Além das já citadas negociações de Bernard e Lucas, o Internacional vendeu Leandro Damião ao Santos no fim do ano e garantiu a terceira colocação, além de um crescimento de 5% nas receitas. Houve ainda a venda de Neymar, que foi para o Barcelona, mas o Santos, ainda assim, registrou uma queda de 4% em seus ganhos.
Entre os clubes que tiveram uma diminuição de suas receitas, se destacam Grêmio e Corinthians. No caso dos paulistas, a ausência das luvas do contrato de TV foi determinante para a queda. No dos gaúchos, foi um dos aspectos. A bilheteria caiu pela metade, com o clube arrecadando apenas 65% da renda dos jogos na Arena do Grêmio. O caso, porém, parece ser uma exceção.
– As novas arenas tiveram um impacto muito positivo nas receitas do clube, e isso está bem claro. As rendas com os jogos representavam 7% no total das receitas do clube, agora já são 10%. Ainda estamos longe dos clubes europeus, que somam 25%, 30%, mas já é um avanço, e os novos estádios foram importantes nesse processo – completa Amir Somoggi.
Fonte: GE