Não é de hoje que os times brasileiros vinham ameaçando um papelão assim. Em 2014 eles “capricharam”, com três eliminados ainda na fase de grupos, outros dois nas oitavas e mais um nas quartas. O Brasil fica sem representante nas semifinais pela primeira vez em 23 anos. Considerando a imensa disparidade econômica entre os times do país e seus rivais estrangeiros, trata-se de um papelão.
Técnicos sofrem diante de equipes mais modestas e mais organizadas, que desafiam os fartos elencos brasileiros. Provavelmente eles utilizarão argumentos diversos para se esquivar da realidade. Seus defensores minimizarão os resultados pífios enaltecendo as exceções, os que seguem em frente sozinhos e ganham títulos para o futebol do Brasil, ofuscando de certa forma os vexames dos rivais.
Se na Europa times de investimento menor conseguem se infiltrar nas semifinais da Champions League, na América do Sul os “ricos” clubes do Brasil ficam de fora todos de uma vez, e abrem as quatro vagas para elencos modestos que formam equipes bem estruturadas. Se lá tivemos um Borussia Dortmund ano passado e o Atlético de Madrid desta vez, por aqui times de investimentos muito inferior ocuparão todas as vagas na reta final da Libertadores.
É como se na Liga dos Campeões as semis tivessem Zenit, Galatasaray, Olympiakos e Bayer Leverkusen. E ficassem fora Real Madrid, Barcelona, Bayern Munique, Chelsea e outros endinheirados. No ano passado a reta final do torneio não tinha times da Inglaterra e isso foi amplamente discutido pelos ingleses, ante o poderio econômico dos clubes que integram a Premier League. Não há motivos para fecharmos os olhos ante o que ocorre aqui. Para nossa realidade, é um vexame igual, ou pior.
O papelão na Libertadores que os times brasileiros vinham ameaçando:
2014
* Pela primeira vez desde 1991 nenhum brasileiro chega às semifinais
Botafogo – eliminado em último na chave que tinha Unión Española, San Lorenzo e Independiente del Valle
Flamengo – eliminado em terceiro na chave que tinha Bolívar, León e Emelec, o lanterna.
Atlético-PR – eliminado em terceiro na chave que tinha Vélez Sarsfield, The Strongest e Universitario, o último.
Grêmio – eliminado nas oitavas, nos pênaltis, pelo San Lorenzo.
Atlético-MG – eliminado nas oitavas pelo Atlético Nacional de Medellín.
Cruzeiro – eliminado nas quartas pelo San Lorenzo.
2013
* quatro dos seis representantes caíram nas oitavas, um nas quartas e o “sobrevivente”, Atlético Mineiro, foi campeão
Grêmio – eliminado nas oitavas pelo Santa Fé.
Corinthians – eliminado nas oitavas pelo Boca Juniors.
Palmeiras – eliminado nas oitavas pelo Tijuana.
São Paulo – eliminado nas oitavas pelo Atlético-MG.
Fluminense – eliminado nas quartas pelo Olímpia.
2012
* Um eliminado ainda na fase de grupos, outro nas oitavas, mais um nas quartas, outro na semi e o Corinthians avançou ao título.
Flamengo – eliminado em terceiro na chave que tinha Lanús, Emelec e Olímpia, o lanterna.
Internacional – eliminado nas oitavas pelo Fluminense.
Vasco – eliminado nas quartas pelo Corinthians.
Fluminense – eliminado nas quartas pelo Boca Juniors.
Santos – eliminado na semifinal pelo Corinthians.
2011
* Dos cinco representantes do Brasil, quatro caíram na mesma fase, despachados por times estrangeiros. O Santos seguiu e ergue a taça.
Cruzeiro – eliminado nas oitavas pelo Once Caldas.
Fluminense – eliminado nas oitavas pelo Libertad.
Grêmio – eliminado nas oitavas pelo Universidad Católica.
Internacional – eliminado nas oitavas pelo Peñarol.
Fonte: Blog do Mauro Cezar Pereira