Lucas Mugni.

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O hino mais bonito de todos os clubes brasileiros canta que “Eu teria um desgosto profundo se faltasse o Flamengo no mundo”. Pegando um gancho nesse verso perfeito, diria que teria um gosto imenso em passar um tempo no Centro de Treinamentos, em Vargem Grande, para ver “in loco” o que é treinado naqueles campos durante uma semana inteira, no intervalo de um jogo e outro e, às vezes, durante uma mini-temporada de 10 dias entre as partidas;
Fico intrigado com a falta de novidades provenientes dos preparativos realizados e com as surpresas negativas advindas dos treinos secretos ministrados. Estou certo de que a escalação de quatro atacantes no 1º tempo, domingo passado contra o Palmeiras quando o time não viu a cor da bola, foi consequência direta das conclusões feitas após os intensos trabalhos desenvolvidos, de terça-feira a sábado;
Os treinos protegidos a sete chaves e por seguranças do clube me induzem a supor uma surpresa para pegar desprevenido o treinador adversário, mas da cartola dos treinadores brasileiros não sai sequer um mísero coelho faceiro. O que vemos é mais do mesmo ou menos do mesmo apresentado no jogo anterior;
Apesar disso e na contramão de boa parte da torcida, reluto em pensar na troca do técnico por outro profissional tupiniquim, face o completo descrédito em relação aos mesmos, decorrente da grande experiência negativa adquirida nesse quesito, sempre quebrando a cara logo mais à frente com o insucesso obtido e mais uma conta pendurada na extensa relação de credores do Flamengo, lembrando um cachorro em busca de morder o próprio rabo, não se chegando a lugar algum senão o da nova troca daqui a alguns meses;
Esgotada a paciência com os “professores” brasileiros, insisto, se não tiver jeito para manter o Jayme de Almeida, numa equipe de hermanos para comandar o futebol rubro-negro em todas as categorias, numa tentativa diferente a ser feita pela atual gestão para sair da pasmaceira que caracteriza a nossa risível maneira de jogar futebol, reintroduzindo o toque da bola rolada no chão e o passe bem dado com a qualidade da precisão;
Como escrever hoje sem falar do Mugni? Pois é, o gringo está ganhando a vaga no meio de campo acéfalo do Flamengo da forma mais consistente que se conhece, ou seja, na bola, sem imposições verbais e jogando bem para mostrar ao treinador que, antes de improvisar, a lógica ensina a usar a ferramenta à disposição das mãos e adequada para a função desejada. Já que a Mãe Dinah acaba de nos deixar, não sei se o argentino começará jogando contra o Tapetense das Laranjeiras e tampouco se voltará a fazer uma boa exibição, porém uma coisa ficou evidente ao longo das últimas partidas em que ele participou: merece pelo menos um terço da paciência que se teve com o Carlos Eduardo, seu triste antecessor naquela zona de pensamento do jogo.
Fonte: Lucas Mugni
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