Painel Tático: Virada teve etapas distintas e Flamengo melhor.

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Os 4×2 do Flamengo no Maracanã, em grande virada no segundo tempo, foi o típico jogo onde um time vai bem no primeiro tempo, o técnico corrige e o outro passa a dominar a segunda etapa. Quantos jogos não são assim?
Jayme mudou mais uma vez o Fla: proposta para atacar, como disse Alecsandro. Araújo cuidava da saída de bola e Nixon puxava as jogadas junto a Paulinho e Negueba, voltando pelos lados, mas com liberdade para buscar a área junto a Alecsandro. Um 4-2-3-1 que marcava com duas linhas.
Kleina deixou o 4-3-1-2 da derrota para o Flu e retomou o 4-2-3-1 que usava com Kardec, incluindo as mesmas sutilezas: Wesley comanda a saída e o centroavante (hoje Henrique) volta com um volante adversário para poupar Valdívia, que circulava pela direita para tentar o passe vertical que lhe é característico.


Para terminar o primeiro tempo com 2×1, o Palmeiras explorou o Fla: Serginho e Leandro voltavam para dar liberdade a Valdívia, que fugia de Cáceres e ficava entre a linha dos volantes e da defesa. Com Henrique abafando Araújo, o Fla teve problemas para construir de trás. No erro de passe, o Alviverde roubava, acionava o pivô de Henrique e encontrava o camisa 10 e outro jogador livre (geralmente Leandro ou Wesley, vindo de trás).
Tirando os 10 minutos que o Fla empatou (em falha da defesa verde que ficaria bem evidente no segundo tempo) e depois levou o gol, foi assim o cenário da primeira etapa que terminou em 2×1 e com boa atuação alviverde de 9 chutes contra 5 do Fla.
Aí entrou o segundo tempo e Jayme de Almeida. Com Lucas Mugni, o time ganhava uma opção para prender a bola e permitir a Araújo chegar como surpresa, Negueba e Paulinho mais presos nos lados e Alecsandro saindo da área para bagunçar a marcação e dar espaços aos homens de trás. Com as correções na marcação, o time ganharia campo e o objetivo era fazer o gol logo.
Deu muito certo: Mugni e Araújo alinharam, Alecsandro foi o destaque da virada e o Fla ganhou novo fôlego, sempre explorando o espaço que o Palmeiras dava na defesa. O time abusou das viradas de jogo (12) e dos lançamentos (52) com os homens que corriam na frente de quem estava com a bola. Terminou com 13 finalizações, 7 certas.

Até o time do Palmeiras, naturalmente inseguro com Bruno, entender a mudança….o 2×2 deixou o time nervoso e o 3×2 reforçou: com Henrique e Valdívia bem marcados, o time perdeu a referência na transição ofensiva e passou a atacar sem organização, com muita gente com erros de passes que só aumentavam o espaço para o Fla sair. A grande jogada de Wallace (um zagueiro) não deixa mentir.
Kleina fez as substituições que sempre fazia no Paulistão: Marquinhos Gabriel para ganhar velocidade e Mendieta para tentar construir o jogo de trás. Mas o time, como em outras vezes, não respondeu. E o camisa 8, tão pedido pela torcida, segue respondendo o motivo de ser reserva.
O torcedor do Palmeiras tem o direito de criticar Gilson Kleina por Josimar e pelo time apático no segundo tempo, assim como deve elogiá-lo pela estratégia no primeiro tempo. Mas, com 3 rodadas no Brasileiro, é muito cedo para falar onde o Palmeiras vai chegar.
O torcedor do Flamengo tem o direito de elogiar Jayme de Almeida pela nova postura no segundo tempo, mas também de criticar o técnico que não achou um time em 2014 e pagou o preço na Libertadores. Fica a dúvida: Jayme mexeu bem ou escalou mal?
Fonte: Painel Tático
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