Com a queda do Cruzeiro diante do San Lorenzo, os times brasileiros ficaram fora das semifinais da Libertadores pela primeira vez desde 1991. A diferença é que naquela época o futebol brasileiro estava longe dos contratos milionários atuais: igualava-se em pobreza com os rivais sul-americanos. Atualmente, há léguas de distância financeira entre o Brasil e os outros países.
Em 2014, além do time mineiro, o Brasil teve dois eliminados nas oitavas de final (Grêmio e Atlético-MG) e três na fase de grupo (Botafogo, Flamengo e Atlético-PR). Ou seja, havia seis participantes em disputa e nenhum conseguiu ficar entre os quatro melhores. Isso depois de quatro títulos seguidos das equipes brasileiras.
A última vez em que o país não avançou além das quartas-de-final foi com a desclassificação do Flamengo para o Boca Juniors, em 1991. Na fase anterior, o Corinthians também caíra para o Boca, nas oitavas. Na época, apenas campeão e vice disputavam o campeonato, isto é, ambos avançaram à fase de grupos.
Pior do que 2014, apenas a Libertadores de 1987. Naquele ano, o formato de disputa era diferente com cinco grupos que classificavam seis times. Esses se dividiam em dois grupos para a disputa das semifinais. Guarani e São Paulo ficaram nos últimos lugares de seu grupo e não avançaram.
Era um outro período do torneio. Sem dinheiro forte da televisão dentro do Brasil, que gerava as primeiras rendas em 1987, os times brasileiros viviam basicamente de bilheteria. Igualavam-se ou até perdiam em dinheiro para os argentinos.
Além disso, o peso financeiro era menor pois havia bem menos transferências internacionais. Ainda era um momento sem profissionalização no torneio em que valia quase tudo em campo. Até por isso a Libertadores era pouco valorizada pelos brasileiros.
Na atual edição, o Brasil bateu recordes negativos. Pela primeira vez teve três eliminados na fase de grupos. Depois de anos, foi superado pela Argentina entre os oito das quartas-de-final. E, agora, fica marcado por ser excluído das semifinais após 23 anos.
Fonte: Blog do Rodrigo Mattos