Vocês viram o jogo de ontem? Se viram sabem que o Flamengo foi esculachado em menos de 30 minutos. Viram também, aliviados, que os mineiros tiraram o pé e desistiram de nos aplicar uma goleada histórica. E devem ter reparado também que os nossos jogadores, não todos mas a maioria absoluta, estão nitidamente de sacanagem com a minha, com a sua, com a nossa cara. A pergunta que ficou ao fim da catástrofe da semana é: Até quando?
Será que é preciso muita experiência no futebol profissional para perceber que o time do Flamengo estará inevitavelmente condenado enquanto continuar refém dos jogadores e de seus voláteis entusiasmos? A crise que faz borbulhar o caldeirão na Gávea já se arrasta desde a desclassificação vexatória da Libertadores. Já caiu técnico, preparador físico, gerente e vice-presidente, mas o time continua com suas absurdas titularidades vitalícias e apresentando um futebol de merda. A penúltima colocação no campeonato não reflete a realidade, pois é notório que somos o pior time do Brasileiro.
Parte da torcida pediu a cabeça do Jayme e após sua demissão conseguiu ser feliz por uns bons 5 ou 6 minutos. Aí anunciaram Ney Franco e o mimimi voltou com tudo. Parte da torcida também clamou pelo escalpo do Wallim, desculpem pela péssima escolha de palavras, e agora deve estar vibrando com as grandes mudanças que se farão no futebol do Flamengo. Inocentes, não sabem de nada.
Acordem. Nada vai mudar. Wallim não era plenipotenciário, as decisões estratégicas do futebol eram tomadas pelo grupo formado por ele, Bandeira, Bap, Tostes e sabe-se lá mais quem. Seja lá quem for seu substituto é muito provável que seguirá as mesmas diretrizes, a mesma filosofia. O que significa mais contratações tapa-buraco, apostas e improvisação em vez de um plano a longo prazo pro futebol do Flamengo.
Por isso não me empolgo com a saída do Wallim. Provavelmente ele saiu por que já tava de saco cheio da cornetação. A experiência que alegam ter faltado a ele não vai brotar do éter, ela precisa ser adquirida por alguém no exercício da função. Trocar de VP e permanecer na mesma estratégia não vai mudar muita coisa. E se por acaso preferirem mudar a estratégia e colocar no cargo um dirigente cascudo, vivido e habituado aos métodos que nos fizeram hexa mas que ao mesmo tempo nos fuderam as contas há menos motivos ainda pra empolgação.
Futebol se resolve em campo, dirigentes podem atrapalhar muito, mas seus poderes para fazer gol são muito limitados. O time é muito ruim e podem trazer a diretoria toda do Barcelona que isso não fará com que os prega-presa, os indolentes, os eternamente cansados e os perebas em geral comecem a jogar bola.
Ô-ô-ô, queremos jogador.
Fonte: Urublog