A vitória veio em excelente e crucial momento, mas não vou falar do jogo. Vou tentar explicar o inexplicável, um fenômeno que muitas vezes duvidam ser possível. Duvidam por simples desconhecimento de causa ou por despeito e inveja. E a cada dúvida, a cada zombaria das torcidas rivais, a cada manchete de desprezo e crítica nos jornais, nos multiplicamos: somos rubro-negros.
A Nação Rubro-Negra transcende regras, normas e conceitos. É a alegria dos que sofrem mas sempre acreditam. E vêem graça no simples fato de se ter esperança. Quando tudo parece ser contrário, quando a própria lógica parece pesar como chumbo e cisma em tentar nos apequenar, nos fazemos gigantes. Nos tornamos gigantes e gigantes somos mais que em simples pensamento: somos gigantes em espírito.
Podemos citar a redução no preço dos ingressos. Podemos encontrar explicação na mudança do técnico. Podemos alegar que o time teve em campo jogadores diferentes dos utilizados em outras partidas. Mas todas essas explicações, apesar de verdadeiras e corretas, são cortina de fumaça para os que preferem não enxergar a realidade: a torcida do Flamengo é maior do que a posição na tabela, do que os jogadores, do que má-fase e do que qualquer outra coisa que venha pela frente.
O que dizer de uma Nação que enche o treino apronto do time que está na lanterna? O que falar de uma torcida que canta, por mais de 20 minutos a mesma música? Era apenas o intervalo de jogo. E a cada “Acima de Tudo Rubro-Negro” a canção parecia ganhar mais vozes que, unidas, conseguiam fazer o que parece impossível: tornar o Maracanã ainda mais rubro-negro.
Nada. É o que o rubro-negro precisa para se motivar, para inflar seus pulmões de vontade de cantar aos quatro cantos do mundo o seu orgulho de ser Flamengo. Aos incrédulos e aos que ainda não compreendem, não tentem entender. Venham conosco e se contagiem com o inexplicável. É a felicidade em sua mais perfeita descrição.
Fonte: Falando de Flamengo