Sou do tempo que jogador de futebol sabia qual era sua função, e sua vida fora de campo não nos dizia respeito, porque o que os torcedores queriam era resultado, e isso era indubitavelmente alcançado.
Contudo, na era da profissionalização do futebol, sinto que os profissionais da bola andam precisando de um coaching com quem sabe. A prioridade desses garotos parece ter mudado. O cabelo, a chuteira, as postagens na grande rede e a preocupação com a imagem tornaram-se o foco. Mas e o drible? O entrosamento? A vontade… ah, a vontade… cadê?
Está cada vez mais difícil atribuir ao técnico à responsabilidade de encorajar e motivar o seu jogador a atingir um objetivo. Ensinar é para quem quer aprender. Fica difícil para um treinador trabalhar profissionais que se consideram prontos. Que estão em uma profissão onde o resultado só vai ser positivo quando a atuação for coletiva. Futebol é esporte para quem quer ser constelação. Se não for desta forma, seguiremos com este padrão baixo, sem boas performances, sem entrega. Se fosse em uma empresa, certamente sua remuneração estaria comprometida.
O nível técnico está comprometido, embora muito avanço tenha ocorrido desde o inicio deste ano. E para perceber isso, nem precisa entender muito de futebol. Definitivamente fica difícil sem material humano. E não estou dizendo que Luxemburgo tenha ou não errado em suas substituições que nos tiraram da Copa do Brasil, onde com uma campanha de muita raça conseguimos chegar onde chegamos, ou já esqueceram o intervalo da copa na lanterna do brasileirão? Até compreendo as criticas nas substituições, mas me digam: como substituir sem opções? Se alguém souber como fazer, cartas para a redação.
O novo futebol business precisa de um Mentoring para cada jogador de cada posição. Sendo esta uma opção praticamente impossível, sugiro que desde a base ensinem a esses jovens não serem estrelas, e buscarem se espelhar em craques que fizeram do futebol o esporte paixão nacional. Escolha seu Mentoring e mire-se nele. Justifique o saldo da sua conta bancária. E sobretudo, respeite a imensa Nação que veste a camisa e apoia no amor, no zero a zero. Não temos um preço, temos valores!
Integrem-se. Pergunte ao companheiro que treina com você todos os dias como ele se sente, qual seu objetivo de vida. Conversem sobre os erros em campo, sobre essa chuva de passes errados. Sejam os melhores do ramo. Escrevam o nome na história positivamente. Não queiram ser modelo a não ser copiado.
A Nação veste a camisa e está disposta a entrar em campo. Abracem a Nação. E lembrem-se que em nenhum lugar do mundo uma camisa tem o peso e valor de um Manto. Sintam o estampido da torcida e carreguem no peito o orgulho de fazer parte disso.
Fonte: Falando de Flamengo