Todo time de futebol inevitavelmente encontra seu limite. Escrevi isso no início do ano, quando da eliminação da Libertadores.
Ali, o Flamengo de Jayme de Almeida encontrou seu limite técnico. As idas e vindas acabaram colocando Vanderlei Luxemburgo em situação parecida.
É fato que Luxemburgo achou um time e salvou o Flamengo do rebaixamento. Ponto e parabéns para ele. É fato também que desde as oitavas de final, quando eliminou o Coritiba no Maracanã, a presença na Copa do Brasil se tornou um tremendo prêmio de consolação. Avançando às quartas, o que viesse, se viesse, seria um bônus para um ano atabalhoado.
É também infelizmente um fato que o Flamengo teve a classificação nas mãos e a deixou escapar muito por responsabilidade do treinador, ao tirar, num intervalo de menos de 20 minutos, os três jogadores que garantiam posse e força de ataque, e substitui-los por um centroavante sem ritmo, um volante irregular e um meia que mal joga entre os profissionais. Ali, na entrada de Matheus, o Flamengo deu um beijo na classificação e marcou de se falar mais tarde. Ano que vem, quem sabe?
O ano de 2014 é o segundo de uma administração que, mesmo timidamente, vai colocando o clube nos eixos, azeitando as engrenagens (leia-se grana) que fazem andar a razão de viver da Magnética™. Novamente, parabéns e pontos para essas pessoas que tentam equilibrar o muito que entendem de finanças com o pouco que entendem de futebol . Não que seja uma ciência, mas é preciso, digamos, sangue frio para caminhar por entre agentes e “parceiros econômicos”.
O que se viu no Mineirão é, em parte, fruto do trabalho dessas duas frentes. O elenco desnutrido é uma consequência do trabalho irregular do departamento de futebol do clube. Na ausência de Leonardo Moura, bom lembrar, um lateral de 36 anos de idade, dispõe-se de um jogador (Léo) que passou mais tempo na maca do que no campo. Por mais força de vontade que Elton, Matheus e Luiz Antônio tenham, nenhum deles é o tipo de atleta do qual o treinador depende para alterar os caminhos táticos da equipe e sair da confusão (ah, a ironia dessa expressão agora…).
Ao Flamengo faltou o que sobra ao Atlético: elenco. Ao Atlético restou a vaga na final. Ao Flamengo, a fundamental permanência na série A. E a promessa de um 2015 mais farto.
Fonte: ESPN FC