Antes de a bola rolar para o Jogo das Estrelas 2014, um ex-jogador do Flamengo era a imagem do incômodo. Autor do primeiro gol de goleiro da história do clube, marcado em 19 de setembro de 1970, na vitória por 2 a 0 sobre o Madureira, Ubirajara Alcântara mostrou-se magoado por não ter sido convidado para integrar um dos times que participará do evento principal no Maracanã. Afirmou que nem pretendia jogar, mas esperava pelo menos ingressar no vestiário dos astros.
– Se não resolverem me levarem ao vestiário, vou ver o jogo como idoso. Esse não era meu objetivo. Gostaria de estar com eles no vestiário, para revê-los. Há vários companheiros com quem joguei. Edu, Júnior, Zico… Fomos companheiros de equipe. Vim na esperança de participar do evento, mas houve um furo muito grande de comunicação. O Flamengo, Júnior e o Zico têm meus contatos, e-mail e Facebook. A maioria dos atletas é do Flamengo. Foi uma grande falha não lembrar dessa estrela do Flamengo e do futebol brasileiro, com repercussão internacional. Tenho vários recordes, como o primeiro gol de goleiro à distância. Acho que só pelo fato das minhas conquistas no Flamengo, 15 títulos pelo clube, eu merecia. No Botafogo, fiquei 53 jogos sem perder.
Ubirajara acredita que os atletas integrantes da geração mais vitoriosa do Flamengo deveriam lembrar de seus antecessores.
– Até poderia estar fora no caso de não jogar, mas não podiam deixar de me convidar nunca. Eu sou uma estrela. Se eles não me convidam, é porque acham que não sou uma estrela. A nossa classe é muito desunida. A verdade é que a geração Zico, dos anos 80, aprendeu muito conosco, mas nos esqueceu. Ela promove seus eventos e esquece as gerações 70 e 60. Meu pai era o Pelé do Flamengo na época, ganhava mais do que o Zizinho. Tenho sangue rubro-negro, tenho a herança do Tião. Isso é algo que nunca vou esquecer.
Fonte: GE