Há três anos entre os profissionais, o goleiro César é identificado e tietado por rubro-negros mesmo só tendo feito um jogo. Há um ano, ele segurou o Cruzeiro, então campeão brasileiro, no Maracanã, e teve o nome gritado por torcedores. Mais uma vez no fim da temporada, terá a chance de mostrar, agora em Porto Alegre, contra o Grêmio, que a expectativa em torno dele não surgiu à toa. Campeão da Copa SP de 2011, é a última esperança de que sua geração renda um ídolo.
— Só tive um jogo pelo profissional, mas por onde passo falam comigo. Outro dia, no aeroporto, um menino falou: “Pô, César. Sou seu fã, me dá um autógrafo.” E ele só quis o meu. São coisas que marcam — diz.
O que não poderia imaginar é que, após a tarde inesquecível no Maracanã, levaria tanto tempo para voltar a jogar. A sorte quase bateu à sua porta, em março, quando a diretoria decidiu escalar time C contra o Bangu, pelo Estadual. Parecia a chance perfeita para ele, na época terceiro goleiro. Quando Jayme de Almeida o relacionou para viagem ao México, onde a equipe jogaria pela Libertadores, e o deixou fora da partida, ele chegou a apelar:
— Chamei o Jayme e falei: “Professor, você sabe que são poucas oportunidades e hoje tenho a de jogar contra o Bangu. E eu quero enfrentar o Bangu.” Ele já tinha feito a relação da viagem, e eu estava nela, mas ficou de pensar. Só que, depois, disse: “Sei que você tem poucas oportunidades, mas eu quero que você vá comigo” — disse César, que perdeu a chance para o quarto goleiro, Luan.
A oportunidade que César tanto procura, vários de seus companheiros de 2011 tiveram várias vezes. Negueba, Mattheus, Thomás, Adryan e Rafinha, entre outros, tiveram seus momentos de brilho, mas todos fugazes. Como último dos moicanos, o goleiro mantém firme a fé de que ainda vai despontar.
— Eu vibro a cada defesa do Paulo Victor, porque sei que tudo tem seu tempo. E minha oportunidade vai chegar no momento certo.
Fonte: Extra Globo