É ele! É ele!”. O berro de mais de 10 garotos no Campo do Lasca foi seguido da correria desenfreada rumo à Avenida Caminho de Areia, na Cidade Baixa. Nesta quarta, 17, à tarde, quem chegava a pé e com uma simples camiseta para ‘bater um baba’ era o maior ídolo do local: Gabriel, meia revelado pelo Bahia e atualmente no Flamengo.
De férias na cidade natal, o atleta de 24 anos celebra, na área onde foi criado, com seus fãs mirins e amigos de infância, o desfecho de um dos melhores anos de sua vida. Após um 2013 de altos e baixos, ele, em 2014, firmou-se como destaque do clube de maior torcida do país.
Seguro de seu potencial, Gabriel explica o motivo do início irregular no Fla e promete um 2015 ainda melhor:
“Estou em evolução e o que aconteceu comigo no Flamengo é o que passa com qualquer jogador: precisava de um tempo de adaptação. Agora, a tendência é evoluir cada vez mais”, declarou.
Nesta quarta, Gabriel percebeu que seu futebol em evolução tem lhe tornado um ídolo cada vez maior, independentemente das cores que veste. A maioria dos garotos que o cercava se dizia torcedor do Vitória.
Enquanto ouvia gritos de “você é fera!”, o atleta seguia caminhando com simplicidade e fazia piada com a meninada. “Ô vei (sic), seu cabelo não é moicano, não. É meio cano”, falava para Victor Santos, 11 anos e, apesar de torcedor do Vitória, o mais eufórico dos que tentavam contato com o astro.
Quando sua caminhada alcançou o Campo do Lasca, onde faria um baba de confraternização de fim de ano que incluía outros atletas como Wallace, do Grêmio, Gabriel se soltou de vez e provou que a simplicidade é intrínseca à sua personalidade. Cumprimentou efusivamente um por um dos presentes e saiu botando apelido nos amigos mais antigos.
Apelidos na galera
Um deles, Renato, ganhou a alcunha de “Cristiano Renato, o CR7 da cidade baixa”. Apontando para Daniel, amigo de infância, Gabriel bradou: “Esse é o verdadeiro craque. Não faz menos de sete (gols) hoje”. Já Everaldo foi quem sofreu com as piadas. Conversando com a reportagem de A TARDE, Gabriel informou: “Está vendo aquele cara ali? Foi o maior freguês que eu tive na vida”. Sem graça, Everaldo tentava se explicar: “É que ele sempre ganhava de mim nos ‘babas’ do colégio”.
A frase foi a deixa para a turma batizá-lo de “Everaldo-Cobaia”. “Sabe aqueles dribles que Gabriel tanto dá? Ele passou a infância treinando em Everaldo. Era bola entre as penas) e chapéu a toda hora. Everaldo foi a cobaia de Gabriel”, divertia-se Daniel.
Realizado com aquele que foi o melhor ano de sua vida, “empatado com 2012 (ano em que se firmou no Bahia)”, segundo diz, Gabriel informa que, não importa o futuro de sua carreira, sua simplicidade em Caminho de Areia nunca mudará. “Não consigo me imaginar de outra forma. Aqui é a minha área”, disse.
Para ele, 2014 só não foi perfeito por um ‘detalhe’. Conversando com os amigos, Gabriel lamentava o rebaixamento do Bahia. “fiquei muito triste. Continuo sendo torcedor”.
Fonte: UOL