O Fluminense – Em meio aos gols eternizados nos fins de campeonatos e as posturas fortes e objetivas, a contestação achou seu espaço na idolatria. E ninguém melhor para representar tais quesitos que Leonardo Moura, o eterno contestável, que se despede, após 10 anos de clube, no próximo domingo, em partida contra o Botafogo – ainda não se sabe se entra em campo. O lateral direito recebeu uma interessante proposta de vestir a camisa 10, por três anos, do Fort Lauderdale Strikers, time da liga norte americana. Naturalmente, aceitou. Com 36 anos de idade, não é todo dia que se recebe uma proposta desse feitio e talvez a idade possa ter selado o fim desse casamento.
Ao traçarmos a trajetória de um ídolo, exaltamos algumas partes e muita das vezes fechamos os olhos para outras. Léo passou por Holanda, Bélgica, Portugal, todos os outros rivais do Rio, dez clubes no total, até desembarcar na Gávea em meados de 2005. Por lá, conquistou o Campeonato Brasileiro de 2009, duas Copas do Brasil, 2006 e 2013, além de cinco Campeonatos Cariocas: 2007, 2008, 2009, 2011 (invicto) e 2014. Sem contar as Taças Guanabara e Rio. Um vencedor, um ídolo de fazer gosto.
Porém, não só esses títulos fizeram de Léo Moura a figura que é hoje. Os seus 10 anos de fidelidade ao clube, sim. O Flamengo lhe deu tudo, o transformou e deu a oportunidade de ter o nome escrito em sua camisa. A idolatria passa pelas boas escolhas, pelas atitudes de homem, pela identificação com o torcedor. Léo conseguiu, foi homem o suficiente – apesar das derrapadas dos últimos anos.
Zico, Leandro, Adílio e muitos outros craques se aposentaram, deixaram o clube. E quando muitos pensaram que não, o Flamengo permaneceu. A instituição é maior que tudo, que todos. Léo Moura se vai, o Flamengo fica. E se alguém um dia ousar imaginar ser maior que o Flamengo, não merece vestir esta camisa.
@davidltavares
Otimo texto! Parabens!
Excelente texto ! O Flamengo é maior do que qualquer um.