Fonte: Flamengo RJ
Amigos rubro-negros, tive o prazer de estar no Maracanã nos nossos dois últimos jogos, Grêmio e Santos, e confesso que me emocionei mais do que o normal.
Depois de muitos anos senti o nosso Flamengo de volta. Maracanã cheio, torcida apoiando e time confiante. Combinação poderosa que nos levou à vários títulos.
Tomara que esta energia permaneça e leve cada vez mais gente ao estádio.
DUCHA FRIA
Uma pena que no último jogo contra o Santos, quando estávamos com um jogo muito bem encaminhado sofremos um inesperado empate que foi uma ducha de água fria na torcida.
Se tem uma coisa boa neste empate é que esta ducha fria nos manteve com os pés no chão contendo o excesso de euforia típico do nosso clube.
SEMANA DECISIVA
Considero esta próxima semana decisiva para as nossas pretensões no campeonato. Com 9 pontos em jogo (Ponte Preta, Atlético-PR e Palmeiras), é importante virarmos o turno entre os 10 primeiros, ou como disse o Ricardo Perez em sua coluna desta semana, estar na primeira página de classificação.
No returno, dos 10 primeiros jogos, jogaremos 7 deles no Maracanã. Ou seja, teremos oportunidades de encostar no G4 e na reta final ver o que vai dar.
Corrida de recuperação como estamos fazendo é sempre muito complicado. Além de não podemos cometer erros como os do segundo tempo contra o Santos, temos que torcer por quebra dos que estã à frente.
CARICATURA
Lógico que temos muito para evoluir, mas nos últimos jogos sinto já uma caricatura de time. O primeiro tempo contra o Santos foi animador com o time jogando compacto, com intensidade e boa saída de bola sem chutões para frente.
Considerando que esta base está sendo formada agora no meio do campeonato, estamos num bom estágio tendo excelentes perspectivas para o restante do campeonato e para a Copa do Brasil.
SEDE DE PODER
Infelizmente ficou formalizado o racha da original Chapa Azul em pelos menos dois grupos: um liderado pelo atual Presidente Eduardo Bandeira de Mello (EBM) e outro pelo ex-candidato e ex-vice-presidente de Patrimônio Wallim Vasconcellos. Pode ser que uma terceira dissidência liderada por Gony Arruda seja criada para a disputa no próximo mês de dezembro.
A quem interessa esta divisão? Neste primeiro momento, interessa à oposição na medida em que inevitavelmente haverá divisão de votos dos que apoiam a atual gestão e muito provavelmente quando esquentar o clima eleitoral haverá troca de acusações entre estes dois grupos, expondo alguns problemas na atual gestão que certamente serão explorados pela oposição tirando votos dos dois grupos dos Blues.
Não tenho detalhes do que fora negociado internamente à época da definição de que seria o EBM a substituir ao então ex-candidato Wallim, impedido de concorrer por não ter o tempo mínimo exigido de 5 anos como associado, mas como não sou de ficar em cima do muro acho legítimo e natural o EBM concorrer à reeleição e a princípio prefiro a sua reeleição do que o Wallim ou qualquer outro candidato.
O que leva um grupo que se uniu por princípios se dissolver em tão pouco tempo, apesar da maior parte destes princípios estarem sendo mantidos? Por vaidade? Por sede de poder? Ou por temperamento?
O falecido ex-deputado Ulysses Guimarães tinha uma frase que guardo sempre comigo: “só reclama do poder quem nunca o teve”. Ou seja, para nós de fora é sempre muito fácil criticar esta sede de poder, mas para quem está lá dentro é muito difícil abrir mão deste mesmo poder.
Apesar de gostar da atual administração do clube e querer que fique ao menos mais um período, minha avaliação é de que este racha comprova que este negócio de conselho gestor dificilmente funciona. Se olharmos a história, veremos que triunvirato ou qualquer forma de poder dividido dificilmente funciona. Nas empresas idem. Imaginem num clube do futebol onde razão e emoção andam de braços dados.
Só espero que esta sede de poder seja saciada e o bom senso prevaleça fazendo com que estes dois grupos se unam novamente em prol de um projeto que nestes primeiros três anos nos mostrou que está na direção certa.
Saudações rubro-negras
Márcio Neves