Fonte: GE
O relatório financeiro do primeiro semestre de 2015 aponta para um Flamengo mais forte e menos dependente de receitas extraordinárias para investir, especialmente, no futebol. Mas o cenário atual é perigoso. A crise econômica do país tem impacto direto nas finanças do clube e o quadro pintado pelo vice-presidente da área, Rodrigo Tostes, é sombrio. Ele projeta um 2016 pior do que o ano atual, cita alta dos juros e do dólar, e afirma que não deve ter “refresco”. Mas as visões são distintas no Rubro-Negro. Na contramão de Tostes, o presidente Eduardo Bandeira de Mello diz ter certeza que “a situação a cada ano que passa vai ficando mais confortável”.
No início da atual gestão, a diretoria previa que um possível segundo mandato seria de forte investimento no futebol, mas, de acordo com a análise de Tostes, a situação de momento força um recuo justamente nos meses que antecedem a próxima eleição presidencial no clube. O vice de finanças apoiará Wallim Vasconcellos, que será candidato no pleito, concorrendo com Bandeira.
A equação de Tostes é simples: se os juros sobem, a dívida rubro-negra também. Ele destaca que o clube teve bom desempenho diante das circunstâncias, mas abaixo do esperado. Para o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, a situação pode melhorar um pouco com a possibilidade de diluir a dívida tributária com a Lei de Refinanciamento Fiscal do Esporte, aliado ao fato de o clube ter conseguido prolongar dívidas de curto prazo, diminuindo o valor de parcelas.
De acordo com o relatório rubro-negro, no primeiro semestre a receita bruta atingiu R$ 172.749.168, o que representa um crescimento de 1,5% em relação ao período no ano passado. A receita líquida recorrente – descontados impostos e receitas extraordinária com venda de direitos federativos – subiu 1,1%, atingindo R$ 163.146.845. Diz o relatório que as receitas de marketing e transmissão foram a alavanca do aumento, compensando queda nas receitas de competições. As despesas operacionais tiveram redução de 6,1% no primeiro semestre, ficando em R$ 101.256.926, enquanto em 2014 fecharam o primeiro semestre em R$ 107.820.434. O texto destaca os resultados em período de “forte retração de investimentos, alta inflação e redução do poder aquisitivo dos consumidores”.
O Flamengo destaca ainda um resultado operacional recorde de R$ 62.397.262 no semestre, com 9,3% de aumento em relação ao mesmo período de 2014. O superávit do exercício, no entanto, caiu 6,3% se comparado ao ano passado, fechando o primeiro semestre em R$ 36.749.860. O clube afirma ter pago R$ 25.677.402 em dívidas no primeiro semestre – em 2014 foram R$ 17.953.759. Segundo o relatório, o endividamento líquido atual está em R$ 551 milhões – e segundo Bandeira de Mello a expectativa é de que seja reduzido para algo próximo dos R$ 500 milhões até o fim do ano. O documento diz que o Flamengo “vem construindo as bases para um crescimento sustentável no ciclo 2016-2018”.
O total de empréstimos também aumentou. Em dezembro de 2014, a soma era de R$ 140 milhões. No fim de junho deste ano, o total era de R$ 144 milhões. Porém, há a ressalva de que o montante devido a curto prazo foi reduzido de 50% para 39%. O déficit do balanço de pagamentos de curto prazo do clube caiu de R$ 130.593.321 para R$ 78.346.971. O clube comemora ainda os dados de que, no primeiro semestre, o gasto com pessoal do departamento de futebol foi de 39% do total de arrecadação, bem abaixo do teto de 50% estipulado nas próprias regras internas de responsabilidade fiscal do clube – e muito distante dos 70% previstos na LRFE.
Corte maior de despesas
Para Tostes, contudo, um corte ainda maior de despesas é iminente e absolutamente necessário. O vice de finanças afirma ter sido conservador no orçamento feito no ano passado, mas que ainda assim o lucro líquido está menor do que se imaginava:
– A minha visão, como acho que a de qualquer pessoa que entende minimamente de área financeira no Brasil hoje, é de preocupação. As perspectivas não são boas. Eu quando fiz esse orçamento em outubro, fui conservador, e o nosso lucro líquido está bem menor do que a gente imaginava. Já fomos conservadores, mas a gente fez esse orçamento lá atrás sem saber que o dólar estaria desse jeito, os juros estariam do jeito que estão, e que o país estaria passando o que está passando. Então a minha visão, não só de Flamengo, da situação como um todo, é que é muito preocupante. Apesar de tudo isso, conseguimos pagar R$ 51 milhões de dívidas, estamos mantendo as contas em dia, mas tenho um olhar de preocupação, tanto é que vamos estabelecer agora um aumento ainda maior de corte de despesas – analisou.
O dirigente fez uma previsão pouco otimista para 2016 e considera que isso afetará diversas receitas, não somente a dívida.
– A gente precisa se preparar para um ano de 2016, acredito eu, pior do que 2015. E isso impacta em tudo, em bilheteria, sócio-torcedor, em patrocínio. Não dá para projetar um ano que vem melhor do que esse ano em termos de investimento para o futebol porque a gente não sabe qual será a nossa realidade de patrocínio, de sócio-torcedor, hoje a gente passa por uma crise, a gente precisa entender que o país está em crise. Se você leu os relatórios de hoje, o Bank of America está projetando o dólar a R$ 4,10 em janeiro. Isso quer dizer 20% de juros no final do ano, a projeção é essa. Impacta a nossa dívida, em vez de ter de pagar R$ 50 milhões, dos quais 50% são juros, eu vou pagar R$ 80 milhões. Simples assim. E aí se eu vou pagar R$ 80 milhões, para manter as CNDs (Certidões Negativas de Débito), eu vou tirar dinheiro de onde? Eu não posso mais ficar sem as CNDs. Vou ter de tirar de investimento – explicou.
Para o presidente Bandeira de Mello, a situação atual é mais confortável do que quando a diretoria assumiu o clube. E acredita que será mais fácil fazer investimentos como foi feito para a contratação de Paolo Guerrero, que rapidamente conquistou a torcida rubro-negra.
– Com certeza, a nossa situação a cada ano que passa vai ficando mais confortável. É arrecadar mais e gastar menos. A partir de agora cada vez fica mais fácil fazer um investimento como fizemos no Guerrero. Não afetou em nada a nossa política de responsabilidade, estava tudo dentro do orçamento e o que tivermos de pagar dentro desse investimento será pago religiosamente.
Bandeira de Mello explicou que a possibilidade de parcelar as dívidas fiscais por um período mais longo complementará a política do clube de reduzir o endividamento de curto prazo.
– A gente tem feito isso sempre, mas agora com a MP 671 isso vai se acentuar, porque a gente vai poder diluir toda a dívida tributária em 240 meses. Isso gerava uma situação que no início era dramática e que hoje ainda tem um pagamento substancial que vamos reduzir bastante com essa diluição proporcionada pela MP. E também pelos abatimentos que são feitos de multas, encargos legais e juros de mora, que estão no bojo da MP.
Sobre o pagamento de dívidas, o presidente afirmou:
– É um processo que já vem desde 2013, tem de gerar um resultado operacional positivo para ter recursos para pagar a dívida e ao mesmo tempo gerar recursos para as atividades do clube. O número não temos qual vai ser, mas imaginamos algo em torno dos R$ 500 milhões.
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Ele não que vir para o Flamengo, ele simplesmente quer tirar a familia da China onde não se adaptou.
Estou falando do Montillo
Galera, acabei de descobri um novo jogo, muito parecido com Brasfoot e Cartola, sendo que esse é muito mais realista e você ainda pode ganhar vários prêmios em dinheiro e ganhar camisas oficiais de vários times, vem jogar.
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Enfia esse jogo no teu CÚ ! PORRA !
Kkkkkk cara chato do caralho esse do jogo! Todas as matérias esse fdp deixou essa msg!
Bem...é claro que as atuais condições econômicas afetam qq instituição que tem dívidas, pois elas são atreladas a taxas do mercado...sinceramente isso vai afundar tds os times, com isso se o Flamengo mantiver a capacidade de investimento atual (contando com o montante investido em Guerrero por exemplo) já estaremos à frente de quase td mundo da série A em 2016. Ano que vem corre o risco de termos menos patrocínios e quiçá uma diminuição dos Sts ( que acho difícil se formos para liberta por exemplo) e a certeza do aumento de juros. Porém, teremos uma diminuição das parcelas da dívida fiscal e a entrada de uma quantia representativa de cotas da TV. Imagino que possa haver um equilíbrio. É claro que nos imaginávamos em 2016 com muito mais grana que os outros para investir, mas ainda vejo que estaremos sendo top 3 de investimento em 2016. Tostes não vai apoiar Wallin? Qnd vamos apoiar outra pessoa e somos pessoas "sérias"...podemos não mentir, mas podemos ser realistas demasiadamente para lançar dúvidas.
Enfim, será que 2016 vai ser um ano melhor ou vamos ficar lutando contra o Z4?