Fio Maravilha e Benjor na festa dos 120 anos do Flamengo

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O Flamengo começa a preparar a festa de seus 120 anos de fundação. Mais de 500 ex-atletas serão convidados para as cerimônias na Gávea durante todo o dia 15 de novembro, um domingo sem rodada do Campeonato Brasileiro por conta das Eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia. Uma das principais atrações deve ficar por conta de um amistoso internacional entre o Flamengo e um clube europeu – ainda indefinido. A preliminar reunirá o time de masters e artistas.

O clube renderá homenagens especiais. Os campeões mundiais em 1981, entre os quais Zico e Júnior, estão entre elas. Outro que deverá receber as honras da casa é Fio Maravilha, o folclórico ex-atacante dos dentes sobressalentes que vestiu a camisa rubro-negra no fim dos anos 60 e início dos 70, e há tempos está radicado em São Francisco (EUA).

O contato já foi feito por intermédio de Sandra, considerada irmã de criação do Fio, que mora no Rio. Ela admite a vinda dele desde que o clube arque com todas as despesas. O Blog tentou contato com Fio, nos EUA, mas ele não atendeu às ligações. A presença na festa do Flamengo abre a possibilidade do tão esperado reencontro entre Fio Maravilha e Jorge Benjor, mais de 40 anos depois de o homenageado e o autor da música que deu o apelido ao ex-jogador se enfrentarem na Justiça.

– Benjor já foi convidado. Por ele, deve comparecer à festa, mas precisa ver os seus compromissos com a sua produtora. A ideia é promover esse encontro – disse Bruno Lucena, um dos organizadores do evento de aniversário do clube.

A alcunha de Fio surgiu após a vitória do Flamengo sobre o Benfica por 1 a 0, no Maracanã, válida pelo Torneio de Verão, em janeiro de 1972. Zagallo lançou Fio no lugar de Arílson na etapa final. Aboletado na arquibancada e encantado com a jogada que redundou em gol, Jorge Ben escreveu a letra de “Fio Maravilha” pouco depois, que dizia assim:

“E novamente ele chegou com inspiração/ Com muito amor, com emoção, com explosão em gol/ Sacudindo a torcida aos 33 minutos do segundo tempo/ Depois de fazer uma jogada celestial em gol/ Tabelou, driblou dois zagueiros/ Deu um toque, driblou o goleiro/ Só não entrou com bola e tudo/ Porque teve humildade em gol/ Foi um gol de classe/ Onde ele mostrou sua malícia e sua raça/ Foi um gol de anjo, um verdadeiro gol de placa/ E a galera agradecida se encantava/ Foi um gol de anjo, um verdadeiro gol de placa/ E a galera agradecida assim cantava/ Fio Maravilha, nós gostamos de você/ Fio Maravilha, faz mais um para a gente ver”.

Na roda de amigos de Fio, naquela época, havia um advogado, que lhe sugeriu tentar ganhar direitos autorais negociando com o autor da homenagem. Ele não imaginou que o advogado iria tão longe. Quando tomou conhecimento, o processo já estava em curso. No ano seguinte, o compositor ganhou a ação, e decidiu alterar a letra: em vez de Fio, passou a cantar “Filho Maravilha”, e trocou a palavra “galera” por “magnética”.

Veja o depoimento de Fio sobre o jogo e a briga judicial concedido para o livro ‘Grandes Jogos do Flamengo’, de Roberto Assaf e Roger Garcia, lançado em janeiro de 2010:

– Foi um jogo interessante. O Eusébio estava machucado, mas o Benfica tinha um grande time. Em 10 anos de Flamengo, só fui titular em 1969 e 1970, com o Yustrich. O Zagallo não era muito simpático ao meu futebol, ao meu estilo. Eu estava na reserva, mas o Zagallo me chamou para entrar. Naquele dia, eu estava inspirado. Numa jogada com o Rogério, saí driblando e fui parar dentro do gol. Daí, veio a música e ela caiu no gosto popular.

Fonte: Blog Ponta de Lança / GE

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