Fonte: Blog Quatro Linhas / GE
Charge: “Machismo FC”
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Queria parabenizar a administração do site por reproduzir aqui algumas matérias relacionadas ao lançamento do novo uniforme do Patético-MG. Nunca esse adjetivo fez tanto sentido para se referir ao clube. Pela ideia infeliz de colocar mulheres de biquíni e lingerie pra desfilar, sem nenhuma necessidade (pois eles não vendem nenhum desses produtos), numa clara objetificação do corpo feminino, e pela resposta (pior ainda) de que sempre fizeram isso nos lançamentos e continuariam fazendo. A falta de sensibilidade, respeito e visão de mercado foram impressionantes. Mesmo com reclamações de torcedoras atleticanas, incomodadas com o episódio, e a repercussão ruim do caso na mídia e redes sociais, o clube simplesmente ignorou uma parcela significativa da sua comunidade e preferiu reforçar uma visão arcaica e machista. Lamentável!
Li aqui mesmo que as mulheres representam hoje 35% do público do futebol. No caso do Flamengo, a divisão entre gêneros já é quase meio a meio. Ao invés de tentar atrair e envolver cada vez mais esse público, o Patético deixou claro que mulher pra ele não é torcedora, mas um objeto decorativo pra agradar a massa masculina. Diferente da postura do Flamengo, que recentemente fechou parceria com a Farm para produzir uma coleção rubro-negra (criada e comercializada pela grife). Aliás, o próprio ato de reconhecer a estratégia errada no lançamento do terceiro uniforme (com o famigerado vídeo no Desimpedidos) mostra bem a diferença atual na mentalidade e profissionalismo entre os dois clubes. Ainda bem!
Reconheço que o site poderia não ter publicado nada a respeito, pois não envolvia o Flamengo, por isso fiquei feliz em ver que, mesmo tendo sido poucas matérias, não passou batido. Pode parecer mimimi pra muitos, mas a naturalização da objetificação feminina contribui para as estatísticas alarmantes de violência e assédio contra a mulher. Que bom que hoje isso gera repercussão, já é um passo.
Excelente colocação, Camila! Ultimamente não acompanho tanto o futebol e não sabia do ocorrido, somente agora com a charge e seu comentário fui informado.
Acho realmente sujo uma apresentação utilizar-se de recursos como esse pra atrair público. É um grande desrespeito ao público feminino, que é crescente no futebol. Vejo ainda no meio da bola atitudes de determinados clubes e comentaristas que reforçam certos preconceitos, além de frases dispersas pela internet claramente machistas a toda a mulher que argumenta sobre esquemas táticos ou algo do tipo. Meu medo é que a presença feminina no futebol se reduza novamente, espero que não ocorra.
O futebol é um elemento de massa, em tempos de intensa participação de movimentos sociais e de conquista de direitos isso se torna vergonhoso. Mas por outro lado é ótimo saber que aja ações no futebol como a do Flamengo que vc citou, profissionais de nível dão outra cara para um clube que quer ser sério.
Não é mimimi, é bom estar presente nessa luta. Só assim iniberemos novos eventos como esse. Um futebol mais próximo de todos, menos elitizado e preconceituoso, é preciso lutar por isso.
Parabéns, Camila por estar presente nesse site com comentarios lúcidos de uma torcedora apaixonada e conhecedora do que aborda
Perfeito, Josué! Torço para ver esse futebol (que é reflexo da sociedade) que você citou.
Também achei de péssimo gosto a apresentação do uniforme deles, uma coisa totalmente fora do contexto, extremamente sexista e machista. Não vou entrar no mérito da beleza das meninas mas questiono e muito a visão de quem teve a ideia e quem a apoia pois será que se tivessem posto uns gogo boys de sunguinha e com a camisa se ainda apoiariam a ideia.
Machismo conveniente mulher nenhuma reclama ..
Não me sinto representada nessa imagem porque sempre rachei a conta e sempre vi isso com naturalidade. Minhas amigas a mesma coisa, inclusive duas delas ganham mais que os respectivos namorados/maridos e assumem a maior parte das contas da casa. Se você se sente obrigado a pagar tudo, sugiro mudar de atitude. Não há vantagem nenhuma nisso para a mulher frente às consequências do machismo na sociedade.