Marcelinho, Ronald Ramon e JP Batista transformam a equipe rubro-negra, que vence por 93 a 82, faz 3 a 0 na série e espera vencedor de Mogi e Basquete Cearense
Quando afirmou que ainda achava possível vencer um jogo no Rio de Janeiro e levar a série de volta para o interior paulista, o técnico Dedé Barbosa não estava falando da boca para fora. Depois de um começo animador, quando veio para o tudo ou nada, Rio Claro trouxe problemas para o técnico José Neto e por 15 minutos manteve as esperanças de seguir vivo no NBB 8. O problema é que do outro lado estava o Flamengo, dono de um elenco que quase nenhuma outra equipe possui na competição. E Isso ficou claro neste sábado. Se nada deu certo nos 10 minutos iniciais com seu quinteto titular, tudo voltou à normalidade quando o comandante rubro-negro começou a rodar o time e achou a formação ideal. Com Ronald Ramon, Marcelinho, Robinson, Rafael Mineiro e JP Batista em quadra, os donos da casa fizeram 29 a 14 no segundo período e praticamente selaram a classificação. Com o ginásio do Tijuca abarrotado apesar do calor que castigou o público que trocou a praia pelo basquete, os atuais tricampeões voltaram arrasadores no segundo tempo, venceram por 93 a 82 (40 a 30) e avançaram às semifinais em apenas três jogos.
Mais vivo do que nunca na briga pelo quinto título da competição, o quarto consecutivo, o time rubro-negro agora espera de camarote o desfecho da série entre Basquete Cearense e Mogi das Cruzes. As duas equipes se enfrentam neste domingo, às 19h, no ginásio Professor Hugo Ramos, no interior paulista. Em vantagem por 2 a 1 no confronto, os donos da casa avançam em caso de vitória. Já o time de Alberto Bial precisa vencer fora de casa para forçar o quinto jogo, em Fortaleza, ainda sem data definida.
– Cada jogador tem a sua função no grupo, e você precisa estar preparado para entrar e ajudar o time. O Flamengo não tem apenas cinco titulares, o nosso grupo é muito bom. Eu e os outros estamos prontos para ajudar sempre – comentou o dominicano Ronald Ramon, que contribuiu com 20 pontos e seis assistências para a vitória do Fla.
Com direito cinco a bolas de três, o ala-armador Marcelinho acabou sendo o maior pontuador do Flamengo, com 22 pontos. O cestinha do jogo, porém, foi o ala Gui Deodato, do Rio Claro, autor de 33 pontos.
O JOGO
Sem nada a perder, Rio Claro veio para o tudo ou nada. A tática era arriscada, mas funcionou pelo menos nos primeiros minutos. Com uma marcação agressiva, os paulistas forçavam os erros do Flamengo e fizeram 4 a 0. Irritados, os rubro-negros não conseguiam andar em quadra e ficaram praticamente três minutos sem pontuar. Depois de cinco ataques desperdiçados, finalmente Meyinsse tirou o zero do placar para os donos da casa. No contra-ataque, Olivinha empatou. Mas os visitantes erraram menos e dominaram o quarto. Liderados por Tatu e Teichmann, que juntos anotaram 10 pontos, a equipe comandada por Dedé Barbosa segurou os tricampeões e venceu por 16 a 11.
Se Dedé se virava como podia para descansar seus principais jogadores, Neto não economizava nas trocas. Depois de trocar Marcelinho e Gegê por Marquinhos e Rafa Luz, respectivamente, no final do primeiro período, ele completou o quinteto que voltou pata o segundo período com JP Batista, Rafael Mineiro e Ronald Ramon. As trocas surtiram efeito, e os atuais campeões tiveram uma excelente chance para diminuir o prejuízo quando Daniel Alemão cometeu uma falta antidesportiva no armador dominicano. Ramon até converteu os dois lances livres, mas, na sequência, Marcelinho desperdiçou uma bola de três. Dedé não cometeu o mesmo erro e, com dois arremessos certeiros, colocou Rio Claro nove pontos à frente.
Mas Marcelinho dificilmente erra dois chutes seguidos. Depois que o capitão rubro-negro fez seus três primeiros pontos no jogo, o ginásio do Tijuca pegou fogo. O time paulista sentiu, e o Flamengo se aproveitou. Em um contra-ataque rápido, Rafa Luz achou JP Batista debaixo da cesta, o pivô anotou mais dois para os cariocas e fez Dedé parar o jogo. O pedido de tempo não segurou a reação rubro-negra, que virou numa bola de três de Rafael Mineiro. Tatu até voltou a pontuar para os visitantes após mais de quatro minutos sem uma cesta sequer, mas não parou o rolo compressor rubro-negro. Numa corrida de 24 a 2 em pouco mais de seis minutos, os rubro-negros viraram para 37 a 24. Depois foi só administrar a boa vantagem e ir para o intervalo vencendo por 10 (40 a 30).
Rio Claro até voltou melhor para o segundo tempo, o problema é que Marcelinho também. Com a mão calibrada, o capitão do Flamengo acertou tudo que tentou nos primeiros cinco minutos, anotou oito pontos, seis em bolas de três, e manteve os rubro-negros em vantagem. Mas o camisa 4 queria mais. Com mais uma bola de três certeira, o ala chegou a 11 pontos e terminou o período com cem por cento de aproveitamento. Mas não era só Marcelinho que estava inspirado. No mesmo nível do companheiro, Ronald Ramon anotou outros oito pontos e também não errou nada no quarto. Marquinhos, com 10, completou o show rubro-negro. Com a vitória parcial de 34 a 27, a diferença pulou para 17 a 10 minutos do fim.
Mesmo com a vitória praticamente assegurada, o Flamengo não diminuiu o ritmo nos 10 minutos finais. E olha que Neto aproveitou para mexer novamente na equipe e colocou de volta Rafa Luz, Robinson e Rafael Mineiro voltaram à quadra. Marcelinho e JP Batista foram os únicos que permaneceram. A Rio Claro não restava outra alternativa senão lutar e tentar um milagre. O milagre não veio, mas o time paulista venceu o quarto e conseguiu diminuir o prejuízo. Numa tarde em que Marcelinho, Ronald Ramon e JP Batista foram os protagonistas, a vitória por 93 a 82 ficou de bom tamanho para os dois lados.
Escalações
FLAMENGO: Rafa Luz, Jason Robinson, Marquinhos, Olivinha e Jerome Meyinsse. Entraram: Marcelinho, Ronald Ramon, Rafael Mineiro, JP Batista. Técnico: José Neto
RIO CLARO: Tatu, Dedé, Gui Deodato, Teichmann e Daniel Alemão. Entraram: Bruno Fiorotto, Atílio, Vinícius, Pastor. Técnico: Dedé Barbosa
Fonte: GE