A possibilidade dos clubes criarem uma estrutura paralela para poderem captar recursos por meio da Bolsa de Valores é a principal proposta do projeto de lei apresentado ontem à Câmara pelo deputado Otávio Leite (PSDB-RJ). O documento institui a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), que cria um mercado para o futebol que seria concebido pelo Estado, regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e autorregulado por entidades como a Bovespa.
O projeto tem como base o livro “Futebol, Estado e Mercado”, que foi lançado no início deste ano pelos advogados Rodrigo R. Monteiro de Castro e José Francisco Manssur. Apesar de ter os clubes como principal beneficiário, a SAF permite que entidades – federações, confederações e ligas – ou outro ativo do mundo do esporte, como direitos econômicos dos atletas, também sejam colocados no mercado de ações para atrair recursos.
– É um projeto robusto, que dará mais condições para as entidades esportivas obterem novos recursos. Após o Profut, esse é mais um passo para a modernização dos clubes de futebol – comentou Leite.
Apesar de abrir a possibilidade de investidores terem ações das entidades esportivas, o projeto cria limites para preservar a cultura e história dos clubes e entidades esportivas. Neste caso, as ações ordinárias (acionista que tem direito a participação nos resultados e voto na assembleia geral) será sempre do clube e as preferenciais (direito a reembolso de capital apenas) para os investidores.
– O maior acionista será sempre o clube – diz o deputado. O projeto tem como base o regime das Sociedades Anônimas previsto na lei 6.404/76 e oferece benefícios tributários para os que optarem pelo modelo.
Clubes já têm interesse no novo modelo
O modelo de gestão em que as entidades esportivas poderão captar recursos através de ações na bolsa de valores já foi bem recebida por alguns clubes. Segundo apurou o LANCE!, o São Paulo e o Fluminense são dois dos grandes clubes do futebol brasileiro a ter interesse na proposta apresentada ontem na Câmara dos Deputados. Já o Flamengo irá estudar mais a fundo a proposta.
Segundo o deputado Otávio Leite, o projeto será enviado para todos os clubes de futebol e audiências públicas devem ser realizadas nos próximos meses para debater o conteúdo e viabilidade do documento.
Mesmo com a proposta sendo vista com bons olhos por dirigentes, a entrada dos clubes neste novo modelo de captação de recursos terá que ser aprovada em assembleia geral.
Fonte: Lancenet
Sou plenamente a favor da privatização dos clubes de futebol…
Mas, quem compraria ações de um clube administrado por cartolas ladrões?
Se for para liberar que o clube venda ações na bolsa, que o controle acionário possa ficar com os empresários, ou seja, que eles possam adquirir também as ações ordinárias do clube e assim, que eles alavanquem o futebol brasileiro…