Ala-pivô do time paulista anota cinco pontos seguidos nos últimos instantes da partida e garante triunfo por 83 a 77. Atual tricampeão precisa ganhar sábado em São Paulo
Lucas Mariano era um personagem discreto até os instantes derradeiros do terceiro jogo entre Flamengo e Mogi pelas semifinais do NBB. Resolveu aparecer quando seu time mais precisava. Com um fim de partida pegando fogo no abarrotado Ginásio do Tijuca, o ala-pivô do Mogi anotou cinco pontos seguidos – com direito a uma cesta da linha dos três – e decretou a importante vitória da equipe visitante, por 83 a 77 (37 a 31), fazendo 2 a 1 na série melhor de cinco. Diante de um Flamengo irregular o tempo todo e muito dependente do talento individual de Marquinhos, Mogi controlou melhor os nervos e está perto de sua primeira final de NBB. Basta vencer o quarto jogo, sábado, em casa.
– Lutamos até o fim, soubemos levar o jogo até o fim bem equilibrado. Agora, a gente tem uma oportunidade de fechar a série. Mas sabemos que está 2 a 1, não tem nada definido – disse Lucas Mariano, autor de oito pontos no último período.
Além de Lucas, que terminou com 11 pontos, Tyrone, com 22, e Shamell, com 17, foram fundamentais para o triunfo mogiano. O Flamengo teve Marquinhos, cestinha da partida com 25 pontos, como destaque quase solitário. É verdade que Rafael Mineiro e Olivinha, com 17 pontos cada, também tiveram bons momentos. Mas nomes importantes como Meyinsse, Jason Robinson e Rafa Luz, com números ruins em todos os fundamentos, tiveram noite para esquecer.
– Acho que Mogi aproveitou bem. A gente às vezes tem a mania de desprezar a qualidade do adversário. Claro que erramos, mas eles tiveram o mérito de aproveitar os erros que tivemos – analisou o técnico do Flamengo, José Neto.
O SporTV 2 transmite o jogo 4 ao vivo, às 14h10, no ginásio Professor Hugo Ramos, em Mogi das Cruzes – o GloboEsporte.com acompanha ponto a ponto, em Tempo Real.
Mogi determinado, Fla irregular
Larry passou no teste e foi para o jogo, mas nem foi o americano naturalizado brasileiro quem fez a diferença no primeiro período. Nos poucos mais de quatro minutos que esteve em quadra, o armador nada sentiu, mas tampouco pontuou. Nem isso foi capaz de atrapalhar os planos do técnico Danilo Padovani. Com uma defesa implacável e um aproveitamento bom nos arremessos de quadra, a equipe paulista foi quase sempre superior. O Flamengo até teve alguns bons momentos, principalmente nas vezes em que o jogo de transição encaixou, mas quando insistiu nas bolas de três não teve a mesma sorte. Em nove tentativas, os donos da casa converteram apenas duas e permitiram que Mogi abrisse 11 pontos (24 a 13) ao término do quarto.
José Neto continuava tentando achar a formação ideal e voltou para o segundo período com um quinteto diferente – Gegê, Marcelinho, Ronald Ramon, JP Batista e Rafael Mineiro. Desta vez, porém, as trocas surtiram efeito e, num começo arrasador, o Flamengo fez 10 a 2 e cortou a diferença para três pontos com uma bola de três de Marcelinho. Padovani parou o jogo, e o pedido de tempo até freou a reação rubro-negra. Mas apenas por alguns minutos. Depois que Mogi desperdiçou uma enterrada com Lucas Mariano e perdeu a chance de abrir sete pontos de frente, os tricampeões acertaram outra bola de três, desta vez com Ronald Ramon, e a diferença caiu para apenas dois. O Tijuca quase veio abaixo, e Padovani parou o jogo de novo. Mas para sorte do técnico de Mogi, Shamell devolveu a gentileza no ataque seguinte, e a diferença pulou novamente para cinco. Os rubro-negros sentiram e não se acharam mais no fim do período, que terminou com uma vitória parcial de 37 a 31 para a equipe paulista.
Marquinhos voltou arrasador para o segundo tempo. Com três bolas de três seguidas do ala, o Flamengo fez 15 a 6, virou o marcador e voltou a lembrar o time que terminou a fase de classificação na liderança. Mas do outro lado Shamell também aprontava das suas. Apagado no primeiro tempo e mesmo errando um lance livre atrás do outro, o americano anotou oito pontos no período. Dois a menos que Olivinha, que passou a ser a principal arma do Flamengo quando Marquinhos foi descansar. Quando parecia que finalmente os donos da casa abririam uma certa vantagem, Marcelinho cometeu falta em Filipin, reclamou da arbitragem e levou uma técnica. O ala de Mogi converteu os três lances livres e deixou tudo igual. Na reposição, ele ainda acertou uma bola de três e colocou Mogi três pontos à frente (61 a 58). Mas os donos da casa continuavam melhores, retomaram a liderança e foram para os 10 minutos finais vencendo por 62 a 61.
Lucas Mariano, herói da noite
Mesmo depois de ser atendido com dores no quadril durante o intervalo, Shamell voltou para o último quarto. Marquinhos também. A vantagem de quatro pontos construída pelo Flamengo nos minutos iniciais sumiu após uma cravada de Tyrone e dois lances livres de Shamell. Mogi estava novamente em vantagem a pouco mais de cinco minutos do fim. O desfecho era imprevisível, e Rafael Mineiro, numa jogada de falta e cesta, recolocou os donos da casa na frente. Marquinhos aumentou num contra-ataque. Mas o time paulista não se entregava, e a liderança mudava de lado a todo instante. Lucas Mariano colocou Mogi na frente, Rafael Mineiro teve a chance de empatar, mas desperdiçou um lance livre. Inspirado no momento decisivo, o mesmo Lucas Mariano meteu uma bola de três a 51.6 segundos do fim e selou o destino da partida: 83 a 77
ESCALAÇÕES E PONTUAÇÃO
FLAMENGO: Marquinhos (25), Rafa Luz (0), Meyinsse (1), Robinson (4) e Olivinha (17). Entraram: Rafael Mineiro (17), Marcelinho (4), Gegê (0), Ronald Ramon (3), JP Batista (6). Técnico: José Neto
MOGI: Tyrone (22), Shamell (17), Larry Taylor (6), Lucas Mariano (11), Gerson (6). Entraram: Filipin (7), Jimmy (3), Wagner (0), Vitinho (5), Paulão (6). Técnico: Danilo Padovani
A SÉRIE
Flamengo (1º) 1 x 2 Mogi das Cruzes (5º)
Jogo 1 – Mogi 86 x 81 Flamengo, em Mogi
Jogo 2 – Flamengo 81 x 71 Mogi, no Rio de Janeiro
Jogo 3 – Flamengo 77 x 83 Mogi no Rio de Janeiro
Jogo 4 – 14/05, em Mogi, às 14h10
Jogo 5 – no Rio de Janeiro (data e horário a definir) *
* Se necessário
Fonte: GE
Esse time de basquete do Flamengo, esse ano, tá que nem do futebol: pipoqueiro e amarelão…vai ser eliminado também!