Grande vitória do Mengo em Chapecó. Três pontos na conta e assumimos nossa melhor colocação no Brasileiro, até agora. Estamos no 2° lugar. Com frequentes vacilos dos líderes e embolado do jeito que tá, o campeonato leva a crer que se um time se destacar dos demais – e começar a jogar um futebol, digamos, “vistoso e produtivo” – vai ser o campeão. Até o domingo, ficava difícil imaginar que esse time seria o Flamengo. Depois do segundo tempo na Arena Condá, a história é outra.
Com as voltas de Arão e Guerrero, Zé Ricardo pôde escalar a equipe que bateu o Grêmio com o que julga ter de melhor no elenco. E o Mengão começou bem. Abriu o placar logo aos 9 minutos, em jogada de Éverton, Pará e Diego. Vale destacar os 2 últimos. Jamais imaginei que um dia fosse dizer isso, mas hoje Pará é o melhor lateral-direito em atividade no Brasil.
Já Diego fez seu segundo jogo pelo Mengo acima das expectativas. Impressiona o quão ele é melhor que os outros. Cabeça erguida, passes precisos, articulação das jogadas. Busca o jogo a todo momento, sempre com objetividade. Aquele papo de que “o futebol de hoje não precisa de camisa 10” não sei não.
Isto posto, voltemos ao jogo. Depois de marcar, o Fla relaxou. Deu uma desencanada da partida e acabou sofrendo o empate no final do primeiro tempo. Voltou do intervalo com os mesmos onze, formação que durou até os 17 minutos. E aí surgiu um time com cara de campeão.
Saíram Éverton e Gabriel, entraram Mancuello e Leandro Damião. Do 4-2-3-1 passamos ao 4-4-2. Deu gosto de ver. Um Flamengo que criava, que tinha opções. Guerrero se livrou da obrigação de ser a referência, ganhou liberdade. Voltava, encostava mais no meio-campo, como nos bons tempos de Corinthians. Mancuello pôde – pela primeira vez desde que chegou – jogar na posição em que se sente mais à vontade.
Sofremos algum risco, é verdade, mas ganhamos em um campo em que poucos times conseguem sair com a vitória. 3 a 1 e à tona a euforia típica de quando o Flamengo vence, convence e tem com o que sonhar. Natural. O título é sim possível. “O” não, “os”.
Na quarta-feira, o Mengo tem uma missão duríssima. Sem os convocados Guerrero e Felipe Vizeu, Zé Ricardo (infelizmente) não poderá armar um time semelhante ao do segundo tempo desse domingo. Imagino que vá entrar com a escalação que bateu o Grêmio na semana passada, com Willian Arão no lugar de Cuéllar.
Se Zé errou feio na partida de ida contra o Figueirense, acertou demais diante da Chapecoense. Nasceu um novo Flamengo, com futebol de campeão. Falta agora o espírito. Se comissão técnica e jogadores comprarem a ideia, vai ser difícil segurar.
Que o setembro rubro-negro comece com o brinde da vaga nas oitavas de final da Sul-Americana. E com a esperança renovada de abrirmos dezembro com o sorriso de campeão.
Marcos Almeida
Fonte: Nosso Flamengo