Com os cotovelos na mesa e a fala pausada, Aldo Rebelo (PCdoB) defendia legados da Copa do Mundo em audiência pública no Senado naquele 13 de agosto de 2013. “Aqui mesmo em Brasília, que era apontado como um futuro elefante branco, um jornal da cidade já indica que o elefante branco é na verdade um elefante de ouro”, disse. O então ministro do Esporte repetia o discurso criado pelo governo federal e pelo então governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), de que o estádio Mané Garrincha levaria a Brasília não só grandes jogos de futebol, mas grandes espetáculos, nacionais e internacionais. Passados quase três anos daquela audiência pública, a promessa não se cumpriu. O que sobrou de grande é o prejuízo.
O Mané Garrinha provou ser um elefante de ouro apenas para clubes como Flamengo, Vasco e Fluminense. Os cariocas fizeram quatro partidas no local em 2015, todas mais lucrativas do que as sediadas por eles no Rio de Janeiro. Há uma lista de motivos para isso. A população do Distrito Federal tem a maior renda per capita do país. Dos 2,8 milhões de habitantes, 48% são flamenguistas, 12% são vascaínos e 5,5% são tricolores, segundo pesquisa feita pelo governo. E há muita demanda, uma vez que esses clubes raramente jogam em Brasília. Mas o elefante só é de ouro para os clubes, que jogam, arrecadam e vão embora. Para o cidadão, o bicho é caro.
A renda de R$ 1,98 milhão obtida pelo governo do Distrito Federal com a arena em 2015 não cobriu as despesas. O prejuízo foi de R$ 6,5 milhões. A administração é estatal, feita pela Secretaria de Turismo estadual, portanto o prejuízo é pago com dinheiro público.
O estádio não seria um problema do cidadão se ele tivesse sido privatizado, como prometeu o ex-governador Agnelo Queiroz. Não foi. Desde 2013 os prejuízos do Mané Garrincha são pagos com dinheiro dos contribuintes. O atual governo, de Rodrigo Rollemberg (PSB), não sabe dizer quanto a arena custou em 2013 e 2014. Na transição entre um governo e outro, no início de 2015, a equipe de Queiroz deixou com a Secretaria de Turismo uma tabela com nomes de eventos e públicos aproximados. Não há nela dados sobre receitas e despesas. Agora, em meados de 2016, o estafe de Rollemberg ainda espera que empresas manifestem o interesse em assumir a administração do Mané Garrincha. Até que isso aconteça, o prejuízo é público.
Tornar o Mané Garrincha numa arena lucrativa é desafiador por uma lista de razões. A colossal capacidade para 72.788 pessoas faz com que a manutenção fique cara. As partidas de times locais, como o Brasília e o Gama, não atraem público suficiente para gerar renda. Os clubes cariocas só levam jogos de primeira e segunda divisões se as condições forem favoráveis a eles – ou seja, se o Estado aliviar no preço do aluguel. Tudo isso faz com que o estádio abra os portões poucas vezes no ano. Em 2015 foram só nove partidas. A baixa atividade mata outras receitas que o estádio poderia ter com alimentação, estacionamento, camarotes e patrocínios.
O colossal elefante do Distrito Federal é mesmo branco.
Fonte: Época
Caberia ressaltar que, a “privatização” pura e simples, não é garantia de alívio para os nossos bolsos, contribuintes que somos, bastando para isso, focarmos na ‘bandalheira” que se verificou e ainda o é, a “concessão” do Maracanã; uma verdadeira aula de corrupção e mal uso do dinheiro público. Um caso de polícia, desde a sua obra até a entrega deste próprio da população a uma empresa enfiada até o fundo, em tudo o que a operação lava jato nos demonstra, quase que diariamente.
Se um empresário criasse um
time de futebol em Brasília e o chamasse, por exemplo de Flamengo
Futebol Clube… Esse clube já nesceria com uma Mega torcida porque essa
massa de torcedores rubro negros que nasceram ou que vivem em Brasília
torceriam com certeza para o novo clube, especialmente se ele tivesse um
bom elenco e fizesse bons jogos…
E um clube com
um bom elenco não teria dificuldades de ganhar o fraco campeonato
brasiliense, disputaria a Copa Verde, também a Copa do Brasil e quem
sabe até a Sulameriacana, caso vencesse a Copa Verde…
O Clube teria um retorno rápido de mídia e, consequentemente de patrocínios e ainda teria boa arrecadação de bilheteria, usando o Mané Garrincha…
E
se bem administrado, com a força do poder econômico da população de
Brasília, em poucos anos o clube poderia estar figurando entre os times
médios do Brasileirão…
E o clube ainda tiraria uma
casquinha no apoio da Mega torcida do Fla por onde fosse jogar,
obviamente contra os rivais do Rubro Negro Carioca…
A ideia está lançada…
Será que algum empresário rico a comprará?
Verdade amigo
O estádio custou mais de R$ 1 bilhão custeado com dinheiro público e o cara defende que seja repassado para a iniciativa privada, provavelmente de graça ou a preço de banana… É assim que funcionam as privatizações no Brasil!
Além disso, provavelmente o torcedor teria que pagar ingressos ainda mais caros e ainda ficaria dependendo da disponibilidade do dono do estádio em liberar os jogos do seu time…
Estamos vendo isso no Maracanã…
Ricardo,
Caso o governo tivesse feito um estádio viável, para 30 ou, no máximo, 40 mil lugares, talvez o teu argumento da “privatização” (entre aspas mesmo porque o estádio não seria vendido, seria concedido por tempo determinado) fizesse algum sentido.
Ocorre que, como tudo no governo do PT, as obras tem que ser maiores, mais luxuosas e, consequentemente, mais caras. Tudo para permitir mais e mais desvios.
E é neste cenário que nos encontramos. Um estádio caríssimo que custa vários milhões ao governo para sua manutenção. Não fossem as poucas vezes que os cariocas, mas principalmente o Flamengo, jogaram no estádio ele passaria o ano inteiro fechado e, mesmo assim, daria despesa de manutenção.
O pior disto tudo é saber que a saúde pública esta absurdamente precária, a educação é uma lástima, a segurança uma tragédia e, mesmo assim, alguns milhões por ano são gastos na manutenção de uma obra que sequer deveria ser construida (neste formato).
Nos EUA houve, ao menos, um caso (se bem me lembro o Pontiac Silverdome) que foi demolido porque estava dando prejuízos. A patrocinadora (Pontiac) deixou de patrocinar o estádio e sem a verba os donos preferiram construir um shopping no local. Houve um outro caso onde o estádio foi construído especificamente para a copa e depois foi demolido para se construir um estacionamento.
Veja que nos EUA os investimentos são privados e os investidores não tem interesse em superfaturar suas obras para roubar, pois roubariam de si próprios, diferente dos nossos políticos que não perdem uma oportunidade de nos roubar.
Quanto ao Mané Garrincha, já que foi feito e não será demolido poderia sim ser repassado a iniciativa privada. De graça se fosse necessário. No mínimo deixaríamos de arcar com sua manutenção.
Quanto à tua afirmação sobre o preço dos ingressos e a disponibilidade eu te pergunto: mudaria o quê?
Por acaso os preços de hoje são subsidiados? Os habitantes de Brasília e região escolhem os eventos que ocorrerão no estádio?
Te asseguro que não e digo mais, o expectador vai quando quer. Se o preço está caro ele não é obrigado a ir. Paga quem quer. Se o evento é ruim ou desinteressante vai quem quer.
Não é tão difícil!
SRN
Mas isso era óbvio. Assim como a Arena da Amazônia e a Pantanal. A Copa do Mundo deveria ter sido realizada em apenas uma região do País, como foi a Copa dos Estados Unidos. mas o brasileiro tem mania de perseguição e se ela não fosse distribuída por todo o país, falariam que era favorecimento a esses ou aqueles.
Infelizmente o Governado para poder desviar mais dinheiro acabou fazendo um estádio desse tamanho, um estadio para 30 mil estava ótimo ae quem sabe daqui uns 10 anos apareça um time forte aqui no DF para colocar 30 mil seria ótimo. mais fizeram um estadio doido desse…