“Adiós, muchachos”

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A derrota do Flamengo pro Palestino, jogando em casa e mandando pelos ares o hímen da estatística de Cariacica, certamente não é o melhor assunto do mundo. Provoca tristeza, desilusão e, em certos casos, revolta. E é muito bom que seja assim, ninguém torce pro Flamengo porque é um time que sabe perder. Nesse campo específico do conhecimento humano a meta é ser cada vez mais ignorante e jamais aprender a perder. No Flamengo as derrotas não devem ser apenas evitadas. Devem ser lamentadas, abominadas e cuidadosamente arquivadas, para que, ao menos, tenham a serventia de educar os pósteros. Simon Bolívar dizia que a arte de vencer se aprende nas derrotas. Mas dizia também que o soldado bisonho crê que está tudo perdido desde que é derrotado uma vez. Não temos nada a temer (lá ele).

A hora é de cornetar mesmo e botar pressão nos caras. Somos excelente nisso. Mas vida é muito curta para ficar dissecando os cadáveres de nossas hoje raras derrotas. Morreu, morreu, já era, pra que ficar nessa vibe macabra? Já deu pra perceber que o Flamengo de uns tempos pra cá tem perdido jogos que realmente merecia perder. Pelo menos nas ultimas derrotas que minha zoada RAM permite lembrar o Flamengo perdeu porque jogou pior que os seilaquenzinhos que enfrentou. Considero este um aspecto positivo, porque nada pior que torcer pra time macumbado que joga bem à pampa e perde os jogos. Prefiro o Flamengo jogando mal e ganhando. Mas se, por acaso, ganhar jogando bem também não me sinto ofendido.

Todo mundo viu que o Flamengo entrou sem o tesão que tem sido uma das mais marcantes características do time do Zé Ricardo. Cansaço talvez, quem pode afirmar? Mas houve quem percebesse em nossa formidável rapaziada uma certa nonchalance, um saltinho meio alto e aqueles laivos de superioridade que provocam a ira dos deuses do futebol, sempre muito expeditos para punir os soberbos. Obvio que nunca saberemos, mas se nossos mulambos se permitiram pensar, por um minuto que seja, que venceriam o jogo quando quisessem, a derrota foi mais que merecida.

Ainda que empane ligeiramente o brilho de nossos planos de dominação mundial a desclassificação na Sula está longe de ser uma tragédia. Eu, você, seu vizinho, e até aquele untuoso comentarista que tem problemas com a aritmética, sabemos que a Sulamericana não era uma prioridade pro Flamengo. Inclusive já se sabe que nossa surpreendente desclassificação foi uma amarga derrota pra zinimiga, que vendo esgotados os seus parcos recursos para nos enfrentar na bola, apostavam alto em uma provável divisão de nossas forças e subsequente enfraquecimento no Brasileiro em virtude de lutarmos em dois fronts simultâneos. Se foderam, agora estamos 150% focados no Brasileiro.

Pra encerrar esse desagradável assunto, uma coisa ficou bem clara pra todos que assistiram a tétrica peleja: o Flamengo sem Rodrigo é um time sem patrão. Olho nisso aí, Zé. Chefe é chefe! Que o Flamengo tire desse ridículo tropeço sulamericano todas as lições que tiverem para ser tiradas. Principalmente a que ensine de uma vez por todas que para o Flamengo ser reconhecidamente o maior do mundo, passar o rodo na América é obrigatório e inegociável. A correção desse vacilo vai ter que esperar até 2017. Esperamos, sinceramente, que tenha sido a ultima derrota do ano.

Sem chororô, Mengão. Foco no Mundial.

Arthur Muhlenberg

Fonte: República Paz & Amor

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