“Após sete anos, Palmeiras e e Fla voltam a disputar Brasileiro mais maduros”

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A última vez que Palmeiras e Flamengo disputaram o Brasileiro, em 2009, viviam ambos um sonho de uma noite de verão. Ou seja, tinham um projeto de um ano no máximo, um tiro curto ali, planejamento naquela e para aquela temporada. Agora, ambos voltam a rivalizar pela taça com projetos de se tornarem estáveis na ponta do futebol nacional.

Primeiro, ressalte-se que não se presume que o Nacional já está decidido que ficará entre os dois clubes. O Atlético-MG tem boas chances de brigar com elenco encorpado e a apenas quatro pontos do topo, e um jogo a menos. Há ainda possibilidades mais remotas para Corinthians e Santos como demostram algumas edições do Nacionais com arrancadas no final.

Concentro-me nos dois ponteiros porque protagonizam nesta quarta-feira, de novo, um duelo pelo campeonato como em 2009. Naquela edição, enfrentaram-se na 30a rodada, com o Palmeiras em 1o e o Flamengo, em 5o, sete pontos a menos. O time rubro-negro venceu, e arrancou para o título. Desta vez, a distância é de um ponto.

Mas essa não é a principal diferença. Aquele Palmeiras, que acabou fracassando, era um time montado pelo dinheiro da Traffic e uma decisão do então presidente Luiz Gonzaga Beluzzo de investir a todo custo pelo título. Em resumo, não havia recurso próprio para montar aquele time e o clube se endividou e viveu temporadas de penúria depois – um rebaixamento foi a herança.

Na atual temporada, o presidente Paulo Nobre criou um plano para recuperar o clube. É fato que usou o seu próprio dinheiro o que gera dependência política dentro da agremiação – espera-se que os rumos não mudem quando sair. Além disso, gerou um aumento de dívida no ano passado pelo excesso de gasto no futebol.

Mas deu certo seu planejamento inicial de ensinar o Palmeiras a ter seu próprio dinheiro. O alviverde tem uma base sólida de receita própria – estádio, mais sócio-torcedor – que o permite se manter no topo se for bem gerido. Podem haver altos e baixos, normais em clubes, mas hoje o Palmeiras se coloca em situação melhor do que os rivais do Estado.

No caso do Flamengo, o time campeão em 2009 foi um acaso, uma dessas conjunções de fatores que só acontece no futebol. Naquele ano, o clube estava falido, com uma dívida impagável, fruto de seguidas administrações irresponsáveis até 2002.

O time chegou a brigar embaixo da tabela no início do campeonato tanto que Cuca – esse mesmo que disputa o título pelo Palmeiras – foi demitido. Mas chegou Adriano, que quis voltar para o Flamengo, um Petkovic renascido, um time que encaixou apesar de tudo. E lá veio o hexa para o rubro-negro.

Mas tanto não era um projeto sólido tanto que no ano seguinte o Flamengo fracassou na Libetadores com os mesmos elementos. Brigou na ponta do Nacional de novo em 2011 com um time que não podia pagar e por isso se desmontou em seguida, endividado.

Agora, o Flamengo começou a se construir em 2013 quando a atual gestão assumiu o clube e passou a sanear suas finanças. O time atual é consequência disso: há dinheiro para atletas como Diego e Guerrero, sem atrasar salários, além de uma estrutura apropriada. Se houver estabilidade para o técnico Zé Ricardo há tendência de um projeto duradouro. Também haverá altos e baixos, mas com o time perto do topo.

Dito isso, palmeirenses e rubro-negros têm o que festejar mesmo que não levem o título Brasileiro. Claro, um torcedor que ler isso rirá da minha cara por essa afirmação. Mas o trabalho de dirigentes e técnicos é botar os times em condições de disputar as taças. Essas podem ser ganhas ou não por diversas circunstâncias, futebol é um jogo humano, sujeito a suas variações e ao acaso. Mas, mantidas as condições atuais, Palmeiras e Flamengo viverão mais do que um sonho de uma noite de verão.

Fonte: Rodrigo Mattos

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  • “Dito isso, palmeirenses e rubro-negros têm o que festejar mesmo que não levem o título Brasileiro. Claro, um torcedor que ler isso rirá da minha cara por essa afirmação. Mas o trabalho de dirigentes e técnicos é botar os times em condições de disputar as taças. Essas podem ser ganhas ou não por diversas circunstâncias, futebol é um jogo humano, sujeito a suas variações e ao acaso. Mas, mantidas as condições atuais, Palmeiras e Flamengo viverão mais do que um sonho de uma noite de verão.” — PERFEITO! &;-D

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