Mix de Tite e Muricy: como Zé Ricardo controla o vestiário do Fla

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Zé Ricardo entrou pela primeira vez no Ninho do Urubu para dirigir um treino do time profissional do Flamengo há cinco meses. De interino após a saída de Muricy Ramalho a uma das revelações do Campeonato Brasileiro, o novato precisou de muita conversa para surpreender e ser efetivado no comando do Rubro-negro.

Ele sempre foi apaixonado por futebol e um estudioso da bola. Faltava experimentar os bastidores do departamento profissional e passar pelo desafio de enfrentar personalidades nem sempre tranquilas. O começo da trajetória foi complicado, mas o novato colocou em prática uma espécie de mix de Tite e Muricy para controlar o vestiário e ajudar o Flamengo a brigar pelo título brasileiro.

O UOL Esporte levantou detalhes do dia a dia do Rubro-negro sob a direção do técnico de 45 anos. Zé Ricardo é bastante respeitado entre os atletas, mas sabe que sofre da máxima comum aos treinadores: quem joga, gosta. Quem não joga, já não gosta tanto assim. É na base da conversa que ele contorna os problemas.

Logo que assumiu, Zé se revelou um adepto da meritocracia tão defendida por Tite, comandante da seleção brasileira. Treinou bem? Jogou bem? Continua no time principal. Foi assim com a maioria dos titulares atuais do Flamengo. No início, o treinador sofreu alguns questionamentos, mas impôs o estilo e passou a ser respeitado mesmo pelos mais contrariados.

Se Zé Ricardo busca seguir a linha de Tite para escalar a equipe, fora de campo ele é muito parecido com Muricy. O morador de Vila Isabel, zona norte do Rio de Janeiro, não leva a amizade com os jogadores para fora do trabalho. Existe uma certa distância, da mesma forma com a qual o antecessor conduzia o dia a dia no Ninho do Urubu.

Frente a frente com o polêmico Emerson Sheik

Com as caraterísticas pessoais e a forma de trabalhar reveladas, Zé Ricardo enfrentou situações delicadas para testar o controle do vestiário e o respeito dos atletas. Uma das primeiras foi com Emerson Sheik. O técnico não ficou satisfeito com o desempenho do atacante no Fla-Flu do dia 26 de junho. Eles conversaram no CT. O camisa 11 se machucou na sequência e passou a não ser relacionado.

Sheik voltou a jogar quase dois meses depois pela Copa Sul-Americana. Os dois conversaram bastante recentemente e a falada meritocracia entrou em campo. Depois de praticamente descartado, o atacante voltou a ser uma peça do elenco e foi até titular no duelo contra o Corinthians.

Direto e reto com a estrela Paolo Guerrero

Desde que chegou ao Flamengo, Guerrero defendia o status de titular absoluto. Até que no dia 10 de setembro, o panorama mudou em uma atitude simples de Zé Ricardo e que abriu o debate entre os torcedores sobre o peruano ou Leandro Damião no comando de ataque. O camisa 9 voltou da seleção do Peru e se apresentou em Salvador para a partida contra o Vitória.

Guerrero chegou para jogar, mas não treinou e se colocou à disposição para os 90 minutos. Zé disse que não precisava e que entraria com Damião. O Flamengo venceu por 2 a 1 e o peruano nem sequer participou da partida. Ele também ficou fora contra o Palmeiras por conta de uma virose e só voltou ao time no duelo diante do Palestino pela Copa Sul-Americana.

Maior problema é com Paulo Victor

Zé Ricardo tenta resolver todos os impasses através do diálogo mesmo com a pouca experiência, mas nem sempre é fácil dobrar as insatisfações. A principal delas é a do goleiro Paulo Victor com a reserva. Alguns bate-papos já aconteceram entre as partes desde que Alex Muralha assumiu a condição de titular para não mais largar.

É conhecido no Ninho do Urubu que PV não aceitou a escolha e também não fez questão de esconder a insatisfação. Até hoje o camisa 48 se incomoda, mas depois de uma conversa recente com o treinador, decidiu respeitar a decisão e trabalhar.

De mansinho, Zé Ricardo conquista o espaço. Se as escalações e certas mudanças ainda são questionadas pela torcida, a forma como passou a conduzir o dia a dia surpreendeu a diretoria. É na serenidade do novato que o Flamengo segue a busca pelo título. É também com o Zé que já se pensa 2017.

Fonte: UOL

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  • É impossível dialogar e escutar tanta bobagem. Tem gente aí que parece que está lá no Ninho do Urubu todo dia, acompanhando de perto o trabalho dos jogadores.

    Tenham a Santa Paciência!

    A galera quer vir criticar a forma que o Zé Ricardo lida com os jogadores, sem nem sequer estar lá para saber!

    Sinceramente…

  • Tem méritos pois olhar pro até agora vice-lider e ver Pará, MA, Gabriel, Everton e Guerrero é quase inacreditável.

  • Quem reclamava ano passado até o começo desse ano? PV e Wallace. Sempre os 2 querendo mandar. VAZA!

  • “Sheik voltou a jogar quase dois meses depois pela Copa Sul-Americana. Os dois conversaram bastante recentemente e a falada meritocracia entrou em campo. Depois de praticamente descartado, o atacante voltou a ser uma peça do elenco e foi até titular no duelo contra o Corinthians.”…. Meritocracia?! Tá mais para acovardamento do treinador. Desde quando esse ex-jogador voltou a ser relacionado as coisas pioraram. Na boa, o Zé não ganha elenco, mas faz uma coisa que muitos treinadores também fazem, MONTA PANELA.

  • Paulo Victor tá reclamando de que?
    Ele se acha no direito de reclamar ainda?

  • Essa não é a política não é do Tite… Ele tem jogadores de confiança no elenco, já até admitiu isso…O próprio Guerrero passou vários jogos em branco (senão me engano uns dois meses sem marcar) e bancou o jogador no time titular, assim como Ralf foi bancado por ele muito tempo tendo, Bruno Henrique em melhor fase… Hj na seleção, independente das críticas está bancando Paulinho… No Flamengo, MA é jogador de confiança, um jogador que está fora da média do elenco, todos sabem disso, jogador lento que prende os laterais de subir, pois não cobre as laterais, tendo opções no banco bem melhores do que ele… Só que ninguém nem ele tem paciência de dar sequencia de jogos para Cuellar ou o próprio Ronaldo pra se firmar como titular… Agora no fim do campeonato é que não vai fazer isso…

  • Meritocracia? Isso não existe com o Zé. Escalações sem critério NENHUM. E a volta do Sheik foi a pior coisa que aconteceu em seu comando.

    • Claro, quem sabe são vocês, que estão lá todo dia treinado o time. Com certeza.

      • O cara planeja colocar o Cirino e Fernandinho de titulares. Pelo amor de Deus, acorda! O cara acha que os perebas são craques e os bons jogadores são perebas. MA e Arão mal em todas as partidas não saem de jeito nenhum. Guerrero idem. O esquema com pontas não funciona mais e ele só muda as peças, não o esquema. Usa a mesma panelinha de sempre. Ainda usa como motivo a escalação Cirino, Gabriel e CIA o fato deles “treinarem bem”. Que p… é essa? O cara tá vendo que o time não tá jogando nada e não sabe que um dos motivos é que ele escala esses jogadores medíocres que não estão rendendo e fica com cara de tonto na entrevista como se tivesse se perguntando porque não está dando certo. Eu apoiei a permanência dele até o fim desse ano e achei interessante o trabalho que ele fez pra fazer esse time ruim ganhar os jogos e estar na vice colocação. Mas essa panelinha, barracão dos bons jogadores para escalar perebas não pode continuar no próximo ano. Além disso caímos de produção há tempos e o cara continua no mesmo esquema e usando os mesmos jogadores. Completamente perdido. Não dá mais pra apoiar ele não cara.

        • Yan, para com essa conversa fiada de esquema. O time já jogou mal com todo tipo de esquema, inclusive com o Maravilhoso e Perfeito 4-4-2.

          O problema do time é a falta de peças. Todos os nossos pontas, sem exceção, são de medíocre para baixo. Time nenhum consegue ser unanimidade com Gabriel, Cirino, Sheik, Fernandinho como únicas opções de ponta.

          Time forte, campeão, tem que ter bons/ótimos jogadores em todas as posições, para o maior número de variações de esquema possíveis.

  • Paulo Victor deveria ser dispensado e Gatito F. deveria ser contratado para assumir o seu lugar. Jogador que não respeita a condição de titularidade do colega (e ainda por cima, convocado para a seleção) jamais deveria fazer parte do elenco… &;-D

    • Mandou muito bem Dinei…
      É também o que eu penso…
      Grande abraço!!!!

  • Parei de ler na parte que diz: “Logo que assumiu, Zé se revelou um adepto da meritocracia tão defendida por Tite, comandante da seleção brasileira. Treinou bem? Jogou bem? Continua no time principal. ”

    Que mentira! Mancuello entrou bem em vários jogos e qual foi o mérito? BANCO! Para quem? Para jogadores que simplesmente NÃO JOGAM NADA.

    • Se você olhar direitinho, vai ver uma série de partidas em que o Mancuello não jogou bem e a torcida inventou uma série de desculpas, como “mal posicionado”, “sem entrosamento”, “falta de ritmo”, “entrou na fogueira” e por aí, vai. Mancuello sofre do mesmo problema do Allan Patrick: NÃO conseguem manter a intensidade nos 90min.

      Mas fazer o quê, se ele é o “queridinho da torcida”… &;-D

      • Com o Zé, se você faz parte da panela você pode errar, vide MA, que nos últimos dois jogos deu dois gols (o de Vitinho e do Rodriguinho), mas se você não for da panela, viiiixe, tá lascado, como por exemplo o nosso xerifão Donatti ou o Cuéllar, e ainda existem casos extremos, que o jogar salva o time na partida e ganha cinco jogos de banco de reserva, esse é caso de Mancuello. Bela meritocracia.

        • Cara, você pode não gostar do Zé Ricardo como treinador mas querer taxar de paneleiro um técnico que conseguiu unir um elenco no Flamengo que tem como característica derrubar treinadores é algo totalmente sem sentido.
          Querer mudar uma zaga que hoje é um dos pontos fortes do time para colocar o Donatti que quando entrou fez aquela bizarrice de cair sentado e DAR o gol contra o Figueirense é demais.
          Por muito menos do que isso em um recuo de bola contra o Fluminense o Rafael Vaz quase foi banido do time pelos torcedores.
          Imagine aí se o lance do Donatti tivesse acontecido com o Marcio Araújo….com certeza ele seria linchado pelos torcedores.
          Quanto ao Cuellar no dia que ele resolver jogar de frente de zaga e tiver a noção de que a primeira função dele é marcar e não subir para o ataque deixando um rombo no meio de campo com certeza ele será titular.
          Cuellar é um jogador habilidoso para um frente de zaga mas que para jogar na nessa posição ele é preguiçoso…não gosta de marcar…sobe muito ao ataque sem se preocupar com o buraco que deixa atrás.
          O caso do Cuellar é um pouco semelhante ao do Casemiro que era excelente com a bola nos pés mas que não dava um pique pra ninguém e hoje joga o que está jogando por mudança de comportamento dentro de campo, se entregando, ajudando e muito na marcação, exemplo esse que deveria ser seguido pelo Cuellar.

          • Primeiramente, nossa zaga vem apresentando um evidente declínio e desgaste, não coloco culpa só neles, já estamos na reta final da temporada, e deve ser difícil ficar dando primeiro combate já que o Márcio não faz isso, contra o Corinthians ficamos com um buraco frente a zaga.

            Não concordo que o Cuéllar não saiba jogar de primeiro volante, eles tava fazendo esse papel com o Muricy, mesmo sofrendo com uma saga bizonha (Wallace e César), um goleiro mão de alface, e com o Arão jogando mais adiantado. No mais, ele joga mais adiantado por recomendação do próprio treinador, que não aceita o fato do cara ser primeiro volante, Cuéllar por várias vezes afirmou ser primeiro volante ou “volante tampón”, mas o Zé não deixa ele jogar na posição para não ameaçar seu LOVE,

          • Excelente comentário. Também é o que eu penso. Agora nessa reta final de campeonato não pode ficar mudando muito, talvez ano que vem o Zé consiga mudar o posicionamento do cuellar em campo.

      • Mandou muito bem Dinei…
        É também o que eu penso…
        Grande abraço!!!

      • Sem contar que o Mancuello quando entra centraliza o jogo pelo meio e acaba mudando totalmente a caracteristica de jogo do time que utiliza e muito a velocidade pelas pontas.

      • Ele é um excelente jogador, mas dentro da mesma partida as vezes ele some.

    • Matéria do UOL, busca mais tumultuar que informar. Quase sempre é assim.

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