Mattos: “Na crise brasileira, clubes inflam contratações em 85% e gastam R$ 212 mi”

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Em um ano de crise na economia do país, os clubes brasileiros aumentaram em 85% os investimentos em contratações do exterior em 2016: atingiram um gasto total de R$ 212 milhões. A comparação foi feita pelo blog em cima de números do mercado divulgados pela CBF. Agentes do mercado de jogadores explicam o crescimento pelo maior volume de dinheiro de televisão para clubes em 2016, e repatriações de atletas.

O relatório da CBF mostra que foram 44 jogadores que vieram do exterior para o Brasil no ano passado. Eles custaram R$ 212,5 milhões aos clubes nacionais. Foram 694 atletas transferidos de fora para o país.

Em 2015, o investimento de times brasileiros em jogadores de outros países foi de R$ 114,4 milhões. E foram apenas 14 atletas. Na média, aquelas transações foram até mais caras que atuais, mas em volume muito menos. Chegaram ao país 653 atletas profissionais.

Entre as transações dentro do país, foram R$ 68,8 milhões em 2016, segundo os dados da CBF. Não é possível estabelecer uma comparação com 2015 porque a CBF não tinha divulgado os números daquele ano. Mas isso significa que os times brasileiros gastaram cerca de R$ 280 milhões em contratações dentro e fora do país.

Um executivo bem atuante no mundo do futebol, que preferiu não se identificar, atribuiu o movimento ao uso de luvas recebidas pelos clubes nas negociações de direitos de televisão com o Esporte Interativo e com a Globo. Segundo ele, assim que recebiam o dinheiro, a maioria dos cartolas inundava o mercado com mais dinheiro. Nem todos os clubes fizeram isso como era o caso dos mais envidiados ou os que queria reduzir dívidas.

Além das luvas, houve um aumento de receitas de televisão por conta da entrada em vigor do novo contrato com a Globo para o Brasileiro. Rendas com negociações de atletas também cresceram por conta do mercado chinês. No geral, os clubes brasileiros ganharam mais dinheiro em um ano de crise do país.

”Houve uma maior repatriação de jogadores, além de entrada maior de jogadores da América do Sul com a mudança da regra da CBF que permitiu mais estrangeiros”, explicou o presidente da Associação de Agentes de Futebol, Jorge Moraes. ”Costumo negociar mais jogadores para o exterior, houve mais clubes do país buscando trazer jogadores de fora.”

O dinheiro arrecadado com a venda de atletas continua bem maior do que o gasto com a compra no país. Os clubes ganharam R$ 654 milhões em transações, valor inferior ao obtido em 2015 quando foram R$ 680 milhões. Ou seja, em 2016, os clubes brasileiros investiram cerca de um terço do que ganharam com contratações, enquanto antes essa relação era de seis por um.

Fonte: Rodrigo Mattos

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  • A conta um dia chega eu me lembro de uma época, graças a Deus acabou, em que o Flamengo fazia mesma coisa… e um dia a conta chegou, e estamos a 4 anos pagando dividas.

    • Sim, importante constatar que a maioria dos outros clubes já gastou a parcela recebida da TV referente às luvas; este dinheiro não continuará entrando ano a ano e fará falta no futuro; o Flamengo, pelo que foi anteriormente noticiado, alem de ter recebido o maior valor, sequer contabilizou anteriormente tal verba; prevejo que, no futuro, além do clube conseguir estar numa situação financeira muito melhor que a de hoje, ainda poderá se aproveitar de negócios de ocasião justamente com os clubes que já gastaram a verba, pois estes terão que se desfazer de seus gastos para poder equilibrar as contas.
      Com dinheiro em caixa, poderá ditar as regras e fazer excelentes negócios.

      • Muito bem lembrado…
        Grande abraço.

      • Leandro, tu tem a informação de quais clubes adiantaram as cotas?

        Lembro bem que o Flamengo não adiantou dinheiro algum.

        • Ontem eu postei a resposta com um link, acho que apagaram, talvez não seja permitido postar links de outros meios de informação; de qq modo, dê uma googada, eis que só costumo me informar sobre o Flamengo aqui mesmo, então não sei nada muito além do que aqui já foi discutido anteriormente, ou seja, certamente sei menos que vcs; no link postado constava a notícia, acho que já ultrapassada, de que o único a não ter recebido as luvas, ao menos não integralmente, seria o Flamengo, todos os demais já receberam as luvas; constava ainda os valores a serem percebidos (luvas + cotas) por cada um dos clubes; por fim, mostrava quais clubes já haviam negociado tb a antecipação das cotas, inclusive com a respectiva diminuição das luvas em tais casos.

      • As luvas recebidas foram gastas pagando dívidas (consórcio plaza etc).
        Mas há outra parcela de luvas a receber no começo da próxima gestão. 30 mi salvo engano.
        O bandeira parcelou o recebimento das luvas e deixou um grana pro próximo.
        Quanto a adiantar bem…
        Na verdade adiantando paga-se muitos juros. O q o bandeira faz é pegar o contrato dar em garantia e pegar um empréstimo com juros mais baixos no banco com o contrato como garantia.
        Na prática é uma espécie de adiantamento.
        E não tem essa de não contabilizou (bobagem). Dinheiro não contabilizado é caixa 2.

        • Sim sim, desculpe-me, costumo acompanhar a Coluna pelo celular (para não perder nenhum lance) e tava na fila do caixa do mercado qdo postei… em um resumo desastroso e leviano eu quis dizer mais ou menos isto… estava apenas devaneando:
          1.o Flamengo recebeu a maior parte;
          2. sobrou grana para receber ainda no futuro;
          3. no futuro, quem já teve que passar o chapéu agora estará, provavelmente, em situação ainda pior;
          4. o Flamengo poderá se aproveitar disto.
          Desconhecia os montantes; desconheço também se o Flamengo pegou posteriormente, pois de início parece que não, algum adiantamento das cotas diretamente com a Globo; renovações mais satisfatórias de empréstimos anteriormente contraídos são mencionadas numa frequência razoável, então também costumo não acompanhar, parece ser algo até comum, onde, certamente, são utilizadas todas as possibilidades, desde contratos com anunciantes até contratos de TV; renegociação de antigos não é, a rigor, adiantamento, o que ocorreria apenas com os novos, mas é isto, em resumo: acredito que teremos motivo para muitas alegrias.

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