Em junho de 2010, a Polícia Militar de Minas Gerais anunciou oficialmente. Bruno, então goleiro do Flamengo, era o principal suspeito do desaparecimento da modelo Eliza Samudio. O jogador tinha mantinha um relacionamento extraconjugal com Eliza. A conheceu no início de 2009 em um churrasco com outros jogadores de futebol. Começaram a sair. E tudo ficou tumultuado quando ela avisou que estava grávida. E Bruno era o pai da criança.
A partir daí, o roteiro é de um filme de terror.
O relato é assustador, feito pelo irmão do jogador, Rodrigo. De acordo com ele, em junho de 2009, Bruno chamou Eliza para sair. Mas quando ela entrou no carro, o destino não era nada aprazível. Muito pelo contrário.
“Levaram ela para o apartamento do Bruno, deram um medicamento forte para ela e tentaram botar ela para abortar a criança. Mas ela tomou a opção de abortar na sexta-feira. Ela pediu para ligar para o Marcelo, para ele comunicar ao Bruno que ela tinha topado fazer o aborto. Depois de tomar o remédio ela caiu no sono. Quando acordou, pegaram ela, colocaram de novo no carro com placa do Piauí, levaram até ao Rio, próximo a um ponto de táxi, e mandaram ela voltar para casa da Milena. Aí ela chegou e contou tudo para a Milena, e foram para delegacia e ela registrou o fato na polícia.”
A partir daí foi iniciada uma guerra.
Eliza registrou queixa contra Bruno, na DEAM – Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, por tentativa de sequestro, agressão e ameaça. E pediu medidas protetoras à Justiça.
Além disso, deu inúmeras entrevistas falando sobre a gravidez com Bruno. Desprezava todas as ameaças de morte que o goleiro fazia. As contava em entrevistas para jornalistas. E chegou a gravar um vídeo estarrecedor. Avisando que se acontecesse qualquer coisa com ela, se sumisse ou morresse, o responsável seria Bruno.
Bruno negava ser o pai da criança. Dizia que Eliza saía com outros jogadores. Na época foi revelado um filme de sexo explícito que Eliza fez. Mais um motivo para o goleiro tentar associá-la com prostituição.
Em fevereiro de 2010, nasceu Bruno Samudio. Eliza passou a exigir pensão do goleiro. Ele não queria pagar, insistia que o garoto não era seu filho. A disputa se tornou pública. Ele era um goleiro importante, do Flamengo. Praticamente vendido para o Milan. Cotado para a Seleção Brasileira.
Virou assunto para portais, jornais, revistas, televisão.
Em março de 2010, ao ir para uma festa na favela Cruzeiro, com Adriano. Não só presenciou uma briga do então atacante do Flamengo com sua noiva Joana Machado. Joana ficou irritada e decidiu descontar a raiva estragando carros dos amigos de Adriano, inclusive o de Bruno.
Tentando minimizar a situação, ele deu a infeliz e premonitória declaração.
“Muitos que são casados sabem que, às vezes, em um relacionamento, é preciso uma discussão, ou até mesmo algo mais sério. Quem nunca brigou ou até saiu na mão com a mulher? Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher, xará. Quando a adrenalina está alta não tem lugar.” Era o dia 6 de março, dois dias depois viria o Dia das Mulheres.
Bruno foi execrado pela opinião pública.
Com razão.
O desgaste com Eliza já era enorme.
Ela insistia pedindo pensão, dinheiro para cuidar do menino.
E Bruno repetindo que não era o pai do garoto.
Discussões, ameaças de lado a lado.
Até que no dia 4 de junho de 2010, Eliza desapareceu.
Em depoimento no seu julgamento, Bruno disse que ela o havia chantageado. Exigido R$ 30 mil. Ele respondeu que tinha o dinheiro no seu sítio Esmeraldas, em Minas Gerais. Eliza foi e levava no colo o filho. Ela já teria apanhado, tomado coronhadas dos amigos do jogador. E chegada machucada no sítio. Depois, alegando que iriam pegar os R$ 30 mil no banco, a levaram do sítio. Depois voltaram apenas com o bebê.
No julgamento, Bruno jurava surpresa.
“Perguntei para eles: ‘poxa, cadê Eliza? Pelo amor de Deus, o que vocês fizeram com ela?. Neste momento, Macarrão falou assim: ‘ó, eu resolvi o problema, o problema que tanto te atormentava'”.
Luiz Henrique Ferreira Romão, tem o apelido de Macarrão. E a devoção a Bruno era tanta que ele fez uma tatuagem em homenagem ao goleiro. Nas costas, mandou escrever. “Bruno e Maka. A amizade nem a força do tempo irá destruir amor verdadeiro.” Depois ainda disse para jornalistas.
“Eu gosto, eu amo mesmo. Levar ele para o treino, buscar ele no aeroporto. Na hora que ele acordasse, o café da manhã dele. O almoço, a roupa na lavanderia, tudo.”
Macarrão teria contratado ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, para matar Eliza.
O corpo nunca foi encontrado.
E uma versão chocante foi amplamente divulgada.
Que ela teria sido asfixiada e seu corpo entregue para cachorros rottweiler.
Fantasia ou não, os restos mortais de Eliza nunca foram encontrados.
Há uma versão que membros de facções criminosas teriam participado do crime.
E foi feito um pacto de morte proibindo a revelação de onde estaria o corpo.
A Justiça tratou o caso como homicídio.
No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses por sequestro, assassinato e ocultação de cadáver. A esta altura o DNA já havia mostrado que Bruno Samudio era realmente seu filho.
Por bom comportamento, Bruno estava cumprindo pena na cadeia de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte. O presídio é administrado pela Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, que usa um método revolucionário na reabilitação dos condenados.
Mas a vida no cárcere não foi fácil.
Bruno tentou o suicídio quando estava preso em regime fechado, em Montes Claros.
“Meu coração estava cheio de ódio e revolta. Aí resolvi dar fim à minha vida. Não queria ser um peso para minha mãe nem para ninguém. Tentei o suicídio. Amarrei o lençol na ventana, que é alta, coloquei no pescoço e saltei. Mas a corda arrebentou e eu caí no chão. Olhei para o lado e tinha uma Bíblia, que um policial tinha me dado ainda no Rio de Janeiro. Foi Deus que não permitiu que eu me matasse.”
Virou evangélico.
Seus advogados sempre insistiam com o habeas corpus.
Até que ontem, o ministro Marco Aurélio Melo, do Supremo Tribunal Federal, deferiu o habeas corpus número 139612. Ele permite que Bruno recorra de sua condenação pelo sequestro, morte e ocultação do cadáver da modelo Eliza Samudio em liberdade. O pedido estava há três anos esperando a análise.
Bruno deverá ser solto hoje.
Passou seis anos e sete meses preso.
Aos 32 anos, o ex-goleiro seguiu treinando na cadeia.
Clubes do interior de Minas Gerais o procuraram durante a prisão.
Ele assinou contrato de cinco anos com o Montes Claros, clube que estava na Segunda Divisão Mineira, em 2014. Teria assinado para ganhar algum dinheiro. Preso, seus amigos o abandonaram. Principalmente os jogadores. Passou por grande dificuldade financeira. O sítio Esmeraldas, por exemplo, era avaliado em R$ 800 mil. Foi vendido por R$ 300 mil.
Bruno jurou que seguirá sua carreira como jogador.
O Montes Claros, sem recursos, está licenciado da Segunda Divisão Mineira.
Bruno está liberado para procurar outro clube.
Estará nas ruas hoje.
A grande pergunta é: a sociedade aceitará o retorno do goleiro?
Ele enfrentará a rejeição de todo preso quando é libertado.
E procura trabalho.
Bruno merece nova chance?
O futebol brasileiro nunca viveu uma situação dessas.
Quem gostaria de ter Bruno no seu clube?
O goleiro que iria para o Milan.
Estava para ser convocado para a Seleção.
Mas que acabou na cadeia acusado de assassinato…
Fonte: Cosme Rimoli
Na minha opinião, página virada e esquecida, o Flamengo não tem mais que ser “associado” a um tipo desses. Falem o que for, mas cadeia é lugar de santo? Nem vou me estender mais sobre isso.
Concordo plenamente com o seu pensamento, eu gostava muito do Bruno, mas o que ele fez foi uma barbaridade sem tamanho, que ele va procurar a segunda chance em outro lugar.
Jesus disse que atirem a primeira pedra quem nunca pecou ou errou em sua vida não podemos julgar as pessoa como se nos focemos os donos da verdade. O rapaz merece uma xance sim porque não que seja no flamengo ou em qualquer outro clube do Brasil ou do exterior tem muita jente que esconde os seus erros em baixo do tapete e fala dos erros dos outros enquanto não começarmos a repararmos os nossos próprios erros vai ser sempre assim julgando as pessoas e não sendo julgados!
Quando pensarmos em julgar as pessoas. temos que tirar o elefante que esta em nossos olhos para enxergar a formiga dos olhos dos outros!
Se trouxerem o Bruno, aproveitem o embalo e dê uma oportunidade para o Adriano e o Jobson… &;-D